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Sessão de 4 de Maio de 1920

Termino, repetindo o que disse há pouco. Em nome do meu partido peço a S. Ex.a que envide todos os esforços para que Os Srs. Deputados que se retiraram da Câmara voltem a colaborar connosco, como ó mester.

O Sr. António Francisco Pereira: —

O incidente que se levantou à volta da Comissão Parlamentar .de Inquérito não tem a importância 'que se lhe quêre atribuir, não se explicando o barulho que se tem feito e, portanto, as palavras que vou proferir são insuspeitas.

Posso afiançar à Câmara—e faço-o com toda a lial.dade — que nunca vi que, 4entro da Comissão de Inquérito ao Ministério dos Abastecimentos, algum dos seus membros tivesse qualquer intuitp político. A missão de que fomos encarregados já eu sabia que era duma gravíssima responsabilidade, mas a intenção da Comissão de Inquérito foi sempre ver as questões pelo seu lado moral, tendo apenas por objecto a salvação da República, que estava xem perigo.

É realmente muito escandaloso tudo quanto a comissão tem encontrado no Ministério dos Abastecimentos, e seria, de facto, muito lamentável que este incidente desse causa a não prosseguirem os seus trabalhos. Nunca observei — repito — que /fosse feita política por parte de qualquer das pessoas que íazem parte da comissão, mas, se assim não sucedesse, e mesmo que tal procedimento partisse do ilustre presidente da comissão, eu teria a co ragem de vir aqui relatar os factos e depor o meu mandato.

A Câmara não deve" dê modo algum aceitar o pedido de demissão do Sr. Queiroz Vaz Guedes (Apoiados), porque, aceitandó-o ou deixando o Sr. Vaz Guedes os .trabalhos da comissão, esta acompanhá-lo há e eu fá-lo hei primeiro do que ninguém, porque, apesar de conhecer S. Ex.a desde há pouco tempo, tenho pelo seu carácter muito respeito e - pela sua honestidade a maior simpatia. (Apoiados),

Dentro da Comissão de Inquérito jamais se fez política, e eu próprio estou encarregado 'de investigar da criminalidade dum irmão dum correligionário meu, lamentando deveras que a comissão venha a ter que abandonar w seins trabalhos Q3

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por esse motivo e na hipótese de se pro~ var a criminalidade, não possa mandar esse indivíduo para juízo.

Por uma questão de honra para a República, a comissão de inquérito deve prosseguir nas suas investigações e não deve ter a preocupação de chamar à responsabilidade os seus adversários políticos — os monárquicos — devendo antes evitar que por qualquer forma» venha a ficar impune qualquer republicano que tenha prevaricado. (Apoiados). Isto apenas dignificará a República (Apoiados) e da parte da comissão não há o intuito de prejudicar o Sr. Cunha Liai ou o Sr. Orlando Marcai, ou qualquer outro indivíduo, mas apenas o de fazer justiça, (Apoiados), e, portanto, as palavras que vou proferir são insuspeitas.

Posso afiançar à Câmara—e faço-o com-toda a lialdade — que nunca vi dentro da comissão de inquérito ao Ministério dos Abastecimentos qualquer dos seus membros tivesse qualquer intenção política. A missão de que fomos encarregados já eu sabia que era gravíssima.

A comissão de inquérito não acusa ninguém, tem só ouvido as acusações que têm aparecido.

Não acusamos ninguém, remetemos para o tribunal seja quem for (Apoiados) a comissão não julga, manda julgar!-

Se eu tivesse que fazer acusações diria que um homem na comissão de inquérito, foi o único que procedeu de modo que queria que um certo indivíduo, simplesmente por ser seu adversário, fosse para a cadeia; não digo o nome porque esse indivíduo não está presente nem faz parte da comissão.

Eu sou insuspeito, e posso afirmar que na comissão se tem procedido com inteira e completa justiça.

Lamento que o Grupo Parlamentar Popular abandonasse a sala, pois há nesse Grupo figuras de alto relevo que. fazem falta nesta Câmara. o

Em nome da minoria socialista asso-, cio-me da melhor vontade à moção do Sr. Álvaro de Castro e espero de V. Ex.a os melhores esforços de forma a que voltem aos trabalhos brevemente aqueles Srs. Deputados.