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tacão e defesa das acusações que o referido Sr. Deputado me dirigiu.

Todavia, outras palavras tenho ainda de proferir.

Acabamos nós de assistir nesta casa do Parlamento ao abandono da sala por um grupo de camaradas nossos, de cuja dedicação republicana ninguém tem o direito de duvidar.

Eu lamento este 'facto, e lamento-o principalmente .porque entre as pessoas que tomaram essa grave atitude se encontram algumas que a meu lado estiveram em defesa da República nas suas horas de grave crise, lastimando também que esse Grupo parlamentar nos quisesse colocar na contingência de expulsarmos um colega nosso do nosso convívio ou de nos resignarmos a ter de ficar sem a sua colaboração.

Ah! Sr. Presidente: eu devo declarar a V. Ex.a em meu nome pessoal, e creio que interpreto o sentir de todos os meus camaradas deste lado da Câmara, que nunca considerámos como função política a função do Presidente da comissão parlamentar de inquérito ao extinto Ministério dos Abastecimentos. Isão temos de

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mem que exerce uma função a que nunca atribuímos carácter político. Não temos, sequer, de rebater a insinuação de que, porventura, por um manejo indigno, politicamente pretendíamos provocar a dis.-solução do Parlamento.

Sr. Presidente: sabe V. Ex.a e sabe-o toda a Câmara que ó da tradição do Partido Republicano Português ser anti-dis-solucionista, e'não merecíamos de camaradas nossos que prezam a sua honra, que dela cuidam com tamanha susceptibilidade, a desonrosa suspeição de que queríamos provocar a dissolução do Parlamento e o fazíamos dirigindo um ataque traiçoeiro aos nossos adversários políticos.

Infelizmente põe-se muita paixão, muito pessoalismo numa questão que, para prestígio da República, devia ser tratada serenamente, para demonstrarmos bem que só nos deixamos guiar pelo espírito da justiça, colocando a questão moral acima de todas as outras'questões.

Apoio em, absoluto, em meu nome, visto que não tenho categoria para falar doutra forma, o alvitre de que se con-

ÍDiário da Câmara dos Deputados

vide o Sr. Cunha Liai e todos os que o acompanharam a que não abandonem esta casa do Parlamento, tanto mais que este abandono das suas funções se fez duma maneira que é única nos anais parlamentares.

Nunca se deu -este caso; levantou-se uma questão de "carácter moral, e um nosso camarada desta Câmara, colocou--nos na contingência de se dizer que nós que aqui ficamos, somos menos dignos e morais, somos capazes de nos solidarizar com um processo de política que é aviltante em toda a parte.

Nunca tal se -fez nesta casa, e muito menos se devia fazer no momento em que se tratava dum assunto importantíssimo e que só pode ser resolvido com um alto critério *~de imparcialidade e de justiça.

Tenho dito.

O Sr. QueirozVaz Guedes: — Mais uma vez e com certo desgosto, tenho de pedir a palavra para explicações sobre o triste incidente que acaba de dar-se. Não o faço em boa. disposição, desde que se prova haver x) propósito ode desvirtuar uma questão absolutamente de orueuu pública, numa questão de carácter pessoal, que ó certo, tenho de aceitar em todos os campos, mas que repudio energicamente, por que provoco qualquer dos Sm- Deputados referidos a que digam se tive com eles a mais pequena divergência, que pudesse; por qualquer forma, tomar um aspecto de carácter pessoal. Nunca, Sr. Presidente.

Se houvesse o mais pequeno vislumbre duma má disposição contra alguns dos meus colegas, não aceitaria o cargo de Presidente da comissão de inquérito, dada a incompatibilidade com S. Ex.as e, conseqíientementei de poder ser juiz.

Entendo, Sr. Presidente, que se trata duma questão de investigação e quem quer que seja, que deseje torná-la pos-soal, necessariamente quer perturbar a acção da justiça. .

Escusava talvez de rememorear à Câ--mara o que vou dizer, .pois que decerto ela o terá bem presente.