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corpo de delito todos os cuidados e esmeros. (Apoiados}.

E só pelo corpo de delito que se verifica um facto criminal que nos leva à descoberta da verdade, não podendo portanto nenhum juiz verificar a existência dum facto criminal, sem o respectivo corpo de delito.

Analisemos agora as acusações feitas pela comissão píirlamentar de inquérito aos Deputados..

Foi o Sr. Queiroz Vaz Guedes, convidado como presidente da comissão parlamentar de inquérito, a trazer a esta Câmara uma cópia de todos os processos referentes aos Deputados acusados e essa cópia foi lida na Mesa da Câmara.

E nós ficamos todos espantados ao ver que o Sr. Vaz Guedes, sem ter feito absolutamente corpo de delito algum (Apoiados), não existindo portanto processo criminal algum, se abalançou a vir ao'Parlamento do Parlamento apontar ao país, como verdadeiros criminosos, alguns Deputados que se assentam aqui onde tem lugar o Grupo Popular ?

Quais as razões que levaram ó Sr. Queiroz Vaz Guedes a fazer estas tre-ia.ejj.uas ciCusciyões aqui 110 Parlamento, e a fazê-las no momento em que este partido, como sempre, debatia nesta casa do Parlamento, uma questão de moralidade que dizia respeito á moagem.

Se é certo, Sr. Presidente, que ficou hoje completamente provado e patente que as acusações feitas j)elo Sr. Queiroz Vaz Guedes carecem por completo de fundamento e de verdade, se ó certo que a lama que por vezes se procurou atirar à cabeça de homens honrados e honestos foi devolvida intacta à cabeça daqueles que fizeram .essas acusações, também é certo que durante algum tempo sobre a cabeça desses homens honrados caia uma terrível acusação que correu do norte a sul do País, e assim, se não fossem as imunida-rlfis parlamentares

Sr. Presidente: se o Sr. Vaz Guedes ao fazer acusações tam tremendas contra Deputados, que aqui e lá fora se têm ba-

Diàrioda Câmara dos Deputados

tido por questões de moralidade, o veio fazer sem fundamento, sem processos criminais, sem autos de investigação, sem cousa alguma, e o veio fazer — note bem o País — no momento em que o meu partido aqui dentro estava empenhado em lançar nm ferro em braza nos crimes que a moagem está cometendo, £ que. ilação devemos nós tirar deste facto ? (Apoiados). Há casos na vida, como este, em que os—juizes e os acusadores muitas vezes, de juizes e acusadores passam a réus, e o caso que se está passando é precisamente um destes.

0 Sr. Vaz Guedes que não tem sabido cònduzir-se dentro da comissão de inquérito, deixou também de ser um juiz para ser um réu, e um réu confesso, porque até na própria imprensa S. Ex.a já confessou que os parlamentares que aqui se sentam são inteiramente honesto s. (Apoiados).

1 Mas olhemos um pouco para esse relatório que se encontra na Mesa!

A forma parcial como ele está escrito...

O Sr. João Cainoesas :—; Peço a palavra^ para invocar o Regimento i Aparte do Sr. Mem Verdial.

O Orador:-—Eu não consinto que me in-terrompam. Desde que" uns indivíduos,— a maioria, — passam de juizes para réus, não falam quando querem, falam só quan-de os juizes lho. consentem, e eu não consenti que me interrompessem.

Sr. Presidente: nesse relatório feito com toda a parcialidade,, onde não há proces-sqs criminais, onde não há autos de investigação, onde não há nada, o Sr. Vaz Guedes cometeu ainda o crime de não declarar bem' expressamente que os parlamentares nele citados estavam muito acima das acusações que lhes fizeram.

(Apoiados).

Sr. Presidente: o Sr. Vaz Guedes dovo neste momento sentir sobre o arcabouço, que ó grande, uma grande responsabilidade. E se a sua'alma se adaptasse ao seu corpo, se correspondesse ao tamanho dêle-já aevia ter fugido por aquela porta da sã a em face das acusações que fez e que recaíram unicamente sobre ele.

(Apoiados).