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de 27 de Maio de Í920

ao Poço do Bispo, com a qual a comissão não concordou, mas que vem aqui inscrita.

& um cúmulo !

; A comissão encarregada da aquisição destes armazéns, achou a verba exagera-díssima, e figura aqui!

É preciso que haja alguém que veja a situação deplorável em que nos encontramos.

jOntem 50:000 contos para o Arsenal, hoje 0:000 e tantos contos para despesas do guerra, relativas ao- ano passado!

jAcabou a guerra e ainda vamos comprar em França 56:000 munições, num total de 93~9:2SOé !

i Fez-se um fornecimento de 351:290 quilogramas de carvão sem haver verba no Orçamento.!

j Compra-se 50 toneladas de chumbo, 135 toneladas de ácido sulfúrico l

j C.ompra-se latão orn Espanha, na importância de 1:000 pesetas.!

j Não percebo nada! .

Na proposta do Sr. Ministro, consigna--se também uma infinidade de verbas relativas ao- Depósito Central de Fardamentos, que não se sabe o que é, porque esse estabelecimento tem uma vida especial, e se o Conselho Administrativo "adquiriu artigos em maior quantidade do que o devia fazer, bom seria chamá-lo à responsabilidade.

^0 que são os fornecimentos por conta das despesas de guerra?

As diversas despesas gastas pelos conselhos administrativos das unidades e estabelecimentos militares, também não percebo a que título aqui aparecem.

^Quem autorizou a exceder as dotações orçamentais ?

Se foi o Ministro, que ele se chame à responsabilidade, porque os .duodécimos não podem ser excedidos.

! Só para pagamento de subvenções a funcionários civis do Ministério da Guerra, aparecem aqui 150. 000$!

O exército tem todos os quadros excedidos, e apesar das organizações que se tem feito, ainda se gastam 150:000 contos!

j E para gratificação ao pessoal em serviço na 5.a Eepartição dos Serviços Administrativos, pede-se 18 contos I

II Como pQde ser isto só as gratificações estão proibidas por lei há muito

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jPara pagamento de despesas da guerra, ao Depósito de Material de Aquarte-lamento, pede-se 33 contos e tal !

j Não sei para quê !

O que sei ó que esse depósito têm estado a vender lençoes por um preço extraordinariamente baixo.

Tem-se vendido aos milhares, a particulares, para estes, por sua vez, fazerem explendidos negócios.

Tem-se vendido tudo.

Venderam-se artigos adquiridos para o Corpo Expedicionário Português, comple-tamcnte ao desbarato : ceroulas quo foram compradas aos Armazéns do Chiado por 2$50, têm sido vendidas por $20 e $30.

Uma voz : — ; Isso é simplesmente inacreditável !

O Orador: — j Vendem-se mantas, fronhas, lençóis, . e apesar desta aparente abundância, guarnições há em que os soldados não têm cobertores para se cobrirem !

Muito se poderia dizer, Sr. Presidente, sobre este assunto, mas eu não quero, porém, cançar a atenção da Câmara, tam convencido estou de que todas as observações serão inúteis e de que ela irá dar o seu - voto a esta proposta, dando mais uma vez ao País a impressão de que estamos a nadar, em dinheiro.

Vozes : — Muito bem. O orador nflo re.rà.u.

O Sr. Albino da Fonseca : — Como relator desta proposta eu tive o cuidado de não elaborar o respectivo parecer sem ir ao Ministério 'da Guerra consultar todos os documentos que se referem às -despesas nela mencionada.

Eu tive, então, o ensejo de constatar que realmente a maior parte dessas verbas, diziam respeito a despesas efectuadas durante o estado de guerra, e que deviam ser cobertas pela verba de Despesas extraordinárias resultantes da guerra».

Como foi suspenso o pagamento por essa razão, algumas verbas ficaram por satisfazer e são as que constam desta proposta.