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obras que foram iniciadas e quo tem'de se concluir, se o Estado não quiser ser prejudicado.

Se, porventura, há responsabilidades a liquidar, elas pertencem exclusivamente a quem ordenou essas despesas.

O que porem se não pode fazer é deixar de pagar o Estado a quem deve.

Isso soria intensificar ainda mais a campanha de descrédito que por parle do comercio vem. sendo feita contra o Estado.

A comissão entendeu, e muito bem, que tendo o Estado contraído determinados compromissos, tem de os satisfazer, sem prejuízo, é claro, das responsabilidades a que porventura possam ser chamados aqueles quo autorizaram essas despesas sem necessidade.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro da Guerra (Estêvão Águas):—Não é da minha responsabilidade nenhuma das despesas que constam desta proposta.

Elas estão devidamente documentadas, e o Sr. relator do respectivo parecer, deu já todas as explicações que foram exigidas. '

Todavia desejo levautzir uma frase q'ue há pouco pronunciou o Sr. Malheiro Rei-mão, para que não possa ficar a impressão de que os soldados dalgumas guarnições não têm nem mantas nem lençoes para se cobrirem.

Se assim ó, eu não tenho conhecimento oficial desse facto, mas estou absolutamente convencido de que há exagero nessa afirmação.

Quanto' à venda de artigos que faziam parte do fornecimento do Corpo Expedicionário Português, eu devo informar «a Camará de que não se trata de lençoes novos, ou de mantas em bom estado, mas apenas de pedaços, quer duma quer doutra, que não podem ter aplicação alguma a não ser para trapos de limpeza.

O Sr. Malheiro Reimão (interrompendo}:— Sei quo há muitos civis que têm cobertores novos comprados no Depósito de Fardamentos.

O Orador:—As informações que tenho não dão razão a que se acredite nisso.

Diário da Câmara dos Deputados

O Sr. Malheiro Reimão: — Claro é que as informações oficiais hão-de justificar essas cousas que se fazem.

Quando foi da encorporação dos recrutas, em Viana do Castelo, houve uma epidemia. As praças estavam sem camas e sem cobertores.

É preciso que comecemos de facto a zelar oã interesses do Estado.

O que parece é que não se quero entrar no caminho das economias, pois ainda há pouco, quando da ida do Sr. Ministro da Guerra a Portalegre, foram utilizados nada mais, nada menos do que três automóveis.^ Par a quo?

O Orador:—V. Ex.a agora deriva para uni ataque à minha pessoa.

Não foram três automóveis; foram dois.

V. Ex.a está a contar com o do Sr. comandante da 7.a divisão, que tinha o direito de estar em Portalegre área do seii comando, por ocasião da visita oficial do Ministro.

Um dos que foram foi para mini. De certo que ninguém poderia pretender que eu não me utilizasse desse meio de transporte, tendo como tinha toda a neeessi-da^Je de representíir condignamente o alto magistrado da Nação.

Vim por Castelo de Vide para chegar mais cedo a Lisboa; de resto, se viesse por outra linha, não podia dispensar também o automóvei, a menos que S. Ex.a esteja-convencido de quo a estação de Portalegre é dentro da cidade e que eu devia ands.r a pé em todos os actos oficiais. A estação fica a 12 quilómetros.

O Sr. Malheiro Reimão : — «J E o terceiro ?

O Orador: — O outro, o segundo, e não terceiro, foi para os oficiais que me acompanhavam. Parece-me quo teí&o direito, como Ministro da Guerra, à devida representação.