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Sessão de 4 e 7 de Junho de 1920

para a República, tendo nele um mestre autorizado, que pôde dar-me exemplos pela sua coragem e pela sua fé, e continuará a nortear-me dentro desta República que nós procuramos dignificar cada vez mais. Tenho dito.

O Sr. José Monteiro: — Sr. Presidente: pedi a palavra para associar-me à justíssima homenagem que esta Câmara está prestando ao grande cidadão, ao grande patriota e grande republicano que em vida se chamou António Maria Baptista. E faço-o, não só em meu nome pessoal, mas também em nome do distrito de Beja, que tenho a honra daqui representar e donde o ilustre extinto era naturaJ, tendo dispensado a esta região um carinho, um amor e uma afeição notados por todos aqueles que o procuravam e a quem ele recebia de olhos a rir, plenos de entusiasmo, plenos de alegria e de braços abertos, recordando, sempre às primeiras palavras, os belos tempos da sua infância.

O distrito de Beja, Sr. Presidente, deve bastante, devex mesmo muito, ao ínclito finado. Deve-lhe grande carinho e amor, além dos altos serviços por ele prestados à Pátria e à República. E esse carinho e amor nunca o distrito de Beja poderá esquecer, como são inolvidáveis para os que, sendo verdadeiramente republicanos, patriotas e amigos da ordem, da disciplina e da honestidade, avaliam bem o enorme sacrifício que ele fez prèstando-se a tomar conta da presidência do Governo numa das situações mais graves e difíceis da nossa Pátria e da República, sacrifício 'que, penso eu. foi o que o levou à sepultura.

Vozes : — Muito bem.

O Sr. Mem Verdial: — Sr. Presidente: foi dolorosa a impressão com que ontem um amigo me despertou com as simples palavras desta bem curta frase: «morreu o Baptista».

Era isto o que só repetia do boca era boca. Eram estas as palavras que eram levadas ao conhecimento da alma daqueles que tinham sabido lutar juntamente com o Sr. Presidente do Ministério, que com ele tinham sofrido as desditas da República o que com ele também tinham

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levantado o seu espírito nas horas de alegria da mesma República.

Tiveram estas palavras o condão de fazer brotar pungentes lágrimas de dor e de angústia nos nossos corações, porque era mais um lutador que caía, porque era mais um braço que desaparecia para sempre de entre aqueles que estão sempre, aptos e prontos a defender a República.

De virtude tem tido a República muitos homens, e a idea que este regime representa bem justifica que se levantem os espíritos, que se fortaleçam os nobres ideais e que nenhum braço possa, em caso algum, desfalecer na luta; mas, se ninguém desfalece, daqueles que amam o sau ideal, não há pessoa alguma que possa, colocar-se, neste carnpo, à frente do falecido Presidente do Ministério.

Não o conhecia o País, mas conheceu-o, e bem, a propaganda republicana.

Sr. Presidente: foi depois da obra se realizar que os homens se separaram, foi depois do edifício se inaugurar que começou a, demolição, que começou u, destruição do ca.martelo político.

Quando o edifício ainda não está completo, não tem a cúpula, é que desaparecem homens da envergadura do Presidente do Ministério.

Dizia Grarrett que a política dá perfeição aos homens, inas não os sabe aperfeiçoar.

Efectivamente assim é: a política, exige perfeição nos homens, mas não os sabe aperfeiçoar.

Foram as lutas políticas que concorreram para, a morte do Presidente do Ministério, foram as palavras que o mataram, quando as balas -o tinham repudiado atravez dos combates em África é na Flandres.

Foram essas palavras que tantas lutas tom levantado entre nós.

Bemditas quando elas no s podem, levantar.

Malditas quando nos dão a hora final.

Que nos sirvam de ensinamento essas palavras.