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Sessão de 4 e 7 de Junho de 1920

quando a Eepública passou pelo maior dos perigos, em Monsanto.

Foi Ministro da Guerra numa situação aborrecida para nós, pois havia muitas greves, mas ele provou que com muita energia se podia restabelecer a ordem pública, quando essa energia era auxiliada de bom critério, que poucos o tiveram como ele.

Em circunstâncias muito especiais ascendeu ao alto cargo de Presidente do Ministério. Em todos os seus actos pôs em evidência a sua bondado, que era em grande escala. (Apoiados).

É interessante que, não sendo homem que interviesse cotidianamente nas lutas políticas, tinha um conhecimento especial dos homens e da situação especial que era preciso manter para defender o País ainda mais do que com armas na mão, combatendo e defendendo a República, mas defendendo o Tesouro, os cofres do Estado, com uma administração honesta e com a melhor boa' .vontade para engrandecimento da nacionalidade.

Quando mostrava vontade de abandonar o poder, e que eu lhe faziu ver a conveniência de se conservar no seu posto, pois o País necessitava dele, ao ouvir estas palavras, com as lágrimas nos olhos, ele dizia-me que o mesmo lhe dizia o Chefe do Estado.

Foi criticado por pôr a questão aberta em muita cousa, mas não pode deixar de ser assim na hora que atravessamos. (Apoiados).

O povo chamava-lhe o Baptista, e ia nessa expressão o maior carinho. Quando o povo trata pelo seu nome próprio, pelo seu apelido, o homem dilecto do seu coração, ó que essa é a melhor forma de lhe perpetuar a memória e dignificá-la.

Acompanhei-o nos seus discursos, nos centros do nosso partido ,e nos comícios, e verifiquei qual era o carinho e o amor que o povo lhe dedicava.

E porque era assim?

Era porque o povo sabia que do seu seio ele tinha saído, c que de alma e coração se votava à causa popular.

Sr. Presidente: a família do ilustre extinto fica em má situação. Isto prova masi uma vez que a única cousa que estimula os homens da Eepública é o bem dá sua Pátria. (Apoiados).

Xá madrugada do qmata-feira afirma-

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va-me ele que o seu maior desejo era sair do Ministério. Disse-lhe que isso seria inconveniente. Que não tinha soado ainda a sua hora, embora pudesse estar próxima pelo motivo . que apresentava, que era a sua falta de saúde.

—Posso cair! — dizia ele. Nesse momento eu recordava a síncope que há pouco ele tivera.

Respondi-lhe: nós, homens da República, nascemos para o sofrimento. Mesmo que caias, cais no teu posto.

j Quem me diria que ele morreria três dias depois!

| A melhor, forma de honrarmos a sua j memória é tomar para exemplo a sua i' acção. | Tenho dito.

i

O Sr. António Granjo: — Sr. Presidente: foi António Maria Baptista um cidadão exemplar e foi um republicano que teve o orgulho das suas ideas.

Quando um homem possuía o culto das virtudes cívicas, era costume dizer-se dês-se homem estas1 simples palavras: foi um homem que bem mereceu da República. Efectivamente, António Maria Baptista bem mereceu da República. x

Oficial distinto do exército, tendo o amor da sua profissão, não quis que a sua carreira se consumisse numa obra apenas de quartel, e deu se inteiramente à Pátria, arrostando o clima inóspito de África e indo para a Flandres quando era indispensável derramar o sangue português para salvar a nossa honra o o nosso património. (Apoiados).

Eu estive também na Flandres na ocasião ern que António .Maria Baptista comandava uma brigada, e, a respeito dele, aos seus oficiais ouvi tecer os mais rasgados elogios e verifiquei que da parte dos seus oficiais havia uma grande confiança nas suas qualidades de comando.

Republicano de sempre, foi um homem que até o último momento da sua vida nos deu uma lição de fé na República. (Apoiados).