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Sessão de í e? de Junho de 1920

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O Sr. Presidente : — A Comissão Técnica da Arma de Infantaria enviou à Câmara o seguinte ofício:

São lidos os seguintes

Ofícios

Ofício do comandante do regimento de infantaria n.° l, convidando os Srs. Deputados pelos círculos de Torres Vedras e Lisboa (ocidental) para assistirem à inauguração da lápide comemorativa dos mortas daquele regimento na grande guerra.

Comunicou-se aos Srs. Deputados a que se refere este oficio.

Do presidente da Comissão Técnica de Infantaria em Lisboa, convidando o Ex.mo Presidente o Deputados para assistirem à sessão solene de consagração dos mortos da arma de infantaria na grande guerra a realizar na sala da Sociedade de Geografia, no dia 10 pelas 21 horas.

À Secretaria.

Pedidos de licenças

Do Sr. Alexandre Barbedo, trinta dias. Do Sr. João Salema, quinze dias. Do Sr. Rego Chaves, oito dias. Do Sr. Joaquim Brandão, dois dias. Do Sr. Álvaro Guedes, um dia. Do Sr. José Domingues dos Santos, um dia. ^

Para a Secretaria. Concedido. Comunique-se. Para a comissão de infracções e faltas.

O Sr. Presidente : — Como V. Ex.as se recordam, a última sessão foi interrompida depois das vinte horas para hoje se prosseguir no incidente que se estava ventilando. Deu-se, porém, um facto extraordinariamente doloroso para todos nós: o falecimento do ilustre Presidente do Ministério, o Senador Sr. António Maria Baptista. Compreendo a Câmara que é com uma profunda emoção que eu faço esta comunicação, porquanto se trata dum homem de alto prestígio em Portugal, dum companheiro desde os bancos das escolas, com quem trabalhei para a implantação da Eepública. Foi um companheiro ardente, sempre pronto à primeira voz para ocupar os primeiros lugares através os maiores sacrifícios, o sr. coronel António Maria Paptísía. Proclamada a Ee-

pública, a quando da ditadura Pimenta de Castro, ele foi um estrénuo e dedicado defensor das liberdades, e tomou uma parte activa e intensa no movimento revolucionário de 14 de Maio, e mais uma vez fomos companheiros.

Declarada a grande guerra, António Maria Baptista marchou para França, e aí teve ocasião de mostrar quanto podia o seu alto patriotismo, aliado a uma extraordinária valentia, buscando sempre os lugares mais arriscados. Eu fui uma testemunha de quanto podiam a sua coragem, o seu denodo, a sua valentia.

A este homem, que consagrou toda a sua vida à Pátria -e à República, a Câmara deve naturalmente uma grande manifestação, manifestação que está no sentimento, que está no coração de todos, c à qual, estou certo, a Câmara se associará com o máximo pezar. Proponho que feita a comemoração fúnebre por esta Câmara, a sessão seja levantada em sinal de sentimento.

Apoiado* gerais.

Vozes : — Muito beni.

O Sr. Presidente do Ministério, Ministro da Justiça e, interino, do Interior (Ramos Preto): — Sr. Presidente: A doença súbita que acometeu o ilustre Presidente do Ministério e cuja gravidade não iludiu ninguôm, determinou o Governo a dirigir-se imediatamente a Sua Ex.a o Sr. Presidente da República e expor-lhe a necessidade de confiar a interinidade da Presidência do Ministério a um dos membros do Governo.

S. Ex.a o Sr. Presidente da República dignou-se nomear-me interinamente Presidente do Ministério e Ministro do Interior. Essa nomeação, com carácter interino, converteu-se em definitiva, porque sofremos o rude e doloroso golpe determinado pela morte do grande português e nosso saudoso e querido Presidente.

Assim, como Presidente do 'Ministério venho cumprir o doloroso dever de comunicar à Câmara o falecimento do ilustre Presidente do Ministério o Ex.mo Sr. co ronel António Maria Baptista.