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mente convencido de que os homens públicos têm a obrigação de dar todo o seu esforço e de sacrificar o seu presente e o seu futuro pela República.

Eu posso testemunhar que, durante a vigência desse ministério, todas as horas eram ocupadas por esse homem no estudo dos variadíssimos problemas nacionais. Algumas dessas horas bem atribuladas foram, e, todavia, jamais notei na fisionomia desse homem o mais pequeno, o mais insignificante desfalecimento. Essa hora trágica do Monsanto, das mais difíceis da vida da República, e que foi a prova de muita gente, encontrou-o animado da mais ardente, fé e do mais quente entusiasmo.

Raros de nós que somos, efectivamente, uma geração de sacrificados, terão a sorte de António Maria Baptista, morrendo no seu posto ainda com a confiança do povo republicano, sem que sobre o seu nome recaíssem as mais leves suspeitas, cercado da solidariedade de todos os seus colaboradores e, porventura, no momento em que começava a dasenhar-se o declínio da sua acção e da sua influência.

A obrigação do político é sacrificar-se em holocausto à República, exactamente como a obrigação^o soldado é sacrificar-se em holocausto à Pátria; e essa obrigação foi escrupulosamente cumprida por António Maria Baptista. Todo o elogio dele está nestas palavras.

Apesar de pertencer a um partido político, S. Ex.a possuía as mais altas e apreciáveis qualidades de tolerância e consideração pelos outros, o que sendo sen^pre uma virtude, em Portugal é uma virtude quási rara.

Em nome do partido republicano liberal associo-me, pois, à homenagem que V. Ex.a, Sr. Presidente, acaba de propor à memória de quem desapareceu deste mundo tam nobremente, tam simplesmente com o coronel António Maria Baptista, e empreguemos agora os nossos esforços para cumprir, também, nobre e simplesmente o nosso dever.

O Sr. Augusto Dias da Silva: — Sr. Presidente: permita V. Ex.a que o partido socialista só associe ao luto que cobre a nação neste momento.

Não quero deixar de dizer, nesta Câmara, que foi com profundo desgosto e mágoa que- tive conhecimento da morte do

í)iano da Câmara dos Deputados

Sr. Presidente do Ministério, e quero também dizer nesta Câmara que jamais, apesar das discussões que tivemos nesta casa do Parlamento, entre mini e S. Ex.a houve a mais pequena, reserva, porque a não podia haver, e quero ainda dizer que durante o pequeno espaço de tempo que fui colega do Sr. António Maria Baptista, nunca conheci em S. Ex.a uma opinião reservada contra os trabalhadores.

S. Ex.a tinha uma maneira especial de conduzir as questões sociais, mas'devo dizer que nunca notei em S. Ex.a o Sr. Presidente do Ministério falecido o ódio contra os trabalhadores que geralmente se encontra em cada espírito reaccionário.

Permita-rne V. Ex.% Sr. Presidente, que ao terminar as minhas palavras mais uma vez me associe ao profundo desgosto por que es.ta Câmara acaba de passar.

Tenho dito.

O Sr. Júlio Martins: — Sr. Presidente : afastado o Grupo Parlamentar Popular dos trabalhos parlamentares, vim hoje a esta Câmara, tratando-se da homenagem de sentimento pela morte do Sr. Presidente dó Ministério, exclusivamente para o fim de me associar a essa homenagem.

O Sr.- António Maria Baptista foi um grande republicano, um grande soldado e um grande patriota.

Novo ainda demonstrou um grande amor patriótico combatendo nas campanhas de África e honrando a sua farda.

Mais tarde, quando rebentou a grande guerra e quando Portugal passou essa aflitosa hora, foi uín entusiástico defensor da nossa intervenção na guerra.

Foi para a guerra, e o coronel António Maria Baptista lá se distinguiu.

Mais tarde, quando chegou a hora da traição em Portugal e quando se ergueu a bandeira da monarquia, S. Ex.a à frente dos seus soldados foi para Monsanto defender a verdadeira bandeira da Pátria.

O Sr. coronel Baptista foi uni grande soldado, uni grande patriota e um grande republicano.

Trabalhei com S. Ex.a no Ministério após Monsanto, e vi a grande vontade, a grande energia, o grande amor à República e o grande amor à Pátria que o animavam.