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Diário da Câmara dos Deputados

toza de que a cada peça de processo qtte levantem nós levantaremos também a nossa peça de processo ! Perguntaremos se esses escândalos são relativos à comissão de ravitaillement. (Apoiados}. Pré-gúataremos que diferença de tratamento há para os membros desta Câmara e para os da comissão de ravitaillement. (Apoiados). .

Houve, Sr. Presidente, um chefe dessa comissão que afirmou, nas suas declarações à comissão,de inquérito, que sabia que grandes escândalos se tinham cometido nela. A comissão mandou lá um seu membro, mas ele trouxe os papéis muito escondidos, e a comissão, que não quere constituir-se em tribunal de honra,- diz-.-nos apenas: não há nada, somente algumas cartas de empenho de diversos políticos recomendando vários negócios!

O empenho, que para o Sr. Vaz Guedes constitui um crime para levar aos tribunais, mais tarde não tem importância, não vale nada.

Que critério é este?

Mas há mais.

Têm sido Presidentes do Ministério homens que nem túin banca aberta de advocacia. Pois eles t.Am p.hama.do a si, nesses cargos, todos os seus amigos c parentes, toda a sua clientela, para-os favorecerem.

Pregunto eu: £ Não será isto mais grave, no entender da comissão, que aquilo de que se acusou nesta Câmara o Sr. António Fonseca? (Apoiados}.

Há companhias e empresas com relações com o Estado que têm como seus membros Deputados e Senadores. Embora a Constituição o permita, não será isto mais grave que o que fez levar o Sr. N tino Simões aos tribunais? (Apoiados).

O Sr. Presidente:—Peço a V. Ex.a que, em conformidade com o Regimento e com uma deliberação tomada pela Câmara na ausência de V. Ex.a, tendo pedido a palavra para explicações, torne as suas considerações o mais rápidas e curtas que puder.

O Orador:—Sr._ Presidente: aceitando as indicações de V. Ex.a, como me cumpre, poucas palavras proferirei.

Não vimos aqui para derrubar a coinis-são de inquérito. Deixemo-la trabalhar,

porque ela há-de vir aqui, ao Parlamento, definir esto caso concreto, pois precisamos saber se, praticando determinados actos, estamos ou não no uso dum direito que nos assiste.

Parece-me que dei algumas peças importantes para o processo da referida comissão.

Veremos então se a comissão teve igual procedimento para com todos os partidos e para com todos os homens. Veremos então se cm determinadas secretarias, segundo é voz corrente, existem vários processos esquecidos há muito tempo.

Agradeço à Câmara a atenção com que me escutou e permitam-me V.Ex.;iS que. eu agradeça ao meu ilustre chefe, Sr. Júlio Martins, amigo meu como irmão, e a todos/DS Srs. Deputados do Partido Popular, o seu gesto de, numa hora para mim bastante dolorosa, acompanharem o meu procedimento. Fiquem eles certos de que não saíram atrás dum homem desonesto e que este homem há-dc sempre saber defender a sua honra, e quo, sem um gesto de desânimo, antes terá um gesto de desafio. (Apoiados}.

Por último convido V. Ex.a, Sr. Pré-

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gências junto do Sr. João Pinheiro para que S. Ex.a volte a esta Câmara, onde a sua presença só poderá honrar-nos. (Apoiados}.

O orador foi muito cumprimentado.

O orador não reviu.

O Sr. Tavares Ferreira: — Sr. Presidente: tanto o Sr. Pais Rovisco como o Sr. Cunha Liai fizeram referências à última nota oficiosa da Comissão de Inquérito com respeito aos moageiros que foram mandados para juízo por motivo dum abuso de confiança praticado com umas farinhas de quo eram depositários.

Estou persuadido de que, depois das explicações que vou dar, o Sr. Cunha Liai, como toda a Câmara, hão-de convencer-se de que não houve favoritismos para ninguém, mas simplesmente o cumprimento da lei. •