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Sessão de 18 de Junho de

Se o Sr. Presidente do Ministério, na primeira hora em que o caso se discutiu e após as palavras do Sr. Malheiro Rei-mão, tivesse posto a questão sob esse ponto de vista, sujeitando o decreto a uma revisão, estou certo de que não teríamos gasto tanto tempo e evitávamos espectáculos pouco edificantes para o prestígio' parlamentar.

S. Ex.a pôs a questão de confiança e entendo que a pôs intempestivamente.

Sr. Presidente: repito, este procedimento que está sendo tomado para comigo, além "de ser incorrecto, é injusto.

São estas as palavras que entendi de meu dever pronunciar.

Esta questão teve um lado bom, pois dignificou-se a Eepública, obrigou os homens a falarem claro. (Apoiados).

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. José de Almeida: — Requeiro a V. Ex.a para consultor a Câmara se permite que se prorrogue a sessão até terminar o debate, e serem votadas as moções.

Foi aprovado.

O Sr. Augusto Dias da Silva: — Sr. Presidente: tem-me sido dado hoje assistir a um debate interessante.

O Sr. Mariano Martins diz uma cousa, e o Sr. António Maria da Silva diz outra, e são ambos do mesmo partido. O Sr. Presidente do Ministério disse que não só tratou do caso dentro do seu " partido, mas tratou-o junto do leader.

O que é um facto ó que das afirmações feitas pelo Sr. António Granjo outra cousa se não depreendo.

Alem disso, depois das declarações do" Sr. Mariano Martins o das do Sr. António Maria da Silva não se explicaria a a atitude do Governo ficando perante as inoçõf-s apresentadas quer pelo Partido Liberai quer pelo Partido Reconstituinte.

O Governo em face da atitude da Câmara não pode continuar no exercício das suas funções.

Não é preciso ter uma grande previsão política para o afirmar. Tanto mais quanto está plonamonto patenteada a iruprofi-euldado o incompoíCíncia da sua acção mi-

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Não são palavras, são factos; £0 que tem feito Sste Governo, por qualquer das suas pastas, que represente .um impulso ao desenvolvimento económico do país?

Nada, absolutamente nada.

Não me agradou a forma como o debate foi inicialmente levantado. Eu preferiria que ele tivesse nascido duma questão de princípios, porque então eu teria agora ocasião de apreciar detalhadamente a obra governativa de cada um dos membros do actual Ministério o de preguntar, por exemplo, em que consistiu a política absolutamente estéril do Sr. Ministro do Comércio. ..

Na pasta do Comércio não se tem feito cousa nenhuma, pois que à indústria nacional falta carvão, falta a aplicação das máquinas, etc., e eu preguntó em que tem contribuído o Ministro para que as nossas indústrias se transformem. Em nada, nada, Sr. Presidente.

Mas, se passarmos para o Ministério da Agricultura, preguntó também o que é que o Sr. Ministro tem feito. S. Éx.a não tem feito nada.

Preguntó o que se tem feito para desenvolver a nossa riqueza -agrícola.

Desculpe-me V. Ex.a, mas só tem feito cousas próprias de um doutor. Isto sem ofensa!

A propósito da moagem muito se tem debatido, mas -o que é facto é que se tem andado em volta da questão, pois que, se S. Ex.a quiser acabar com os escândalos da moagem, só tem uma maneira: é nacionalizá-la.

E preciso que a nossa riqueza seja desenvolvida, e que não se permita o agravamento constante da vida económica do país, agravamento que já ninguém suporta.

Sr. Presidente: desde que os membros do Governo são os primeiros a dizer que não ficam, eu termino por agora as minhas considerações, lamentando somente que esta crise se não tivesse dado no dia imediato ao da morte do Sr. coronel Baptista.

Tenho dito.

O orador não reviu,,