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Sessão de 28 de Junho de 1920

O Orador:—Sr. Presidente: este Governo inteiramente radical, vem apoiar-se precisamente numa forte corrente de opinião pública, que ôle certamente não representa, atentas mesmo as interrupções da parte do Grupo Parlamentar Popular.

E como é que o Governo, procurando interpretar esta corrente de opinião, foi buscar as compctências e como as utilizou?

O Sr. Fernando Brederode, ilustre Ministro da Marinha, meu antigo correligionário, a quem neste momento, novamente presto as^minhas homenagens. . .

O Sr. Nôbrega do Quintal: — Correligionários do evolucionismo! . . .

O Orador: — Toda a gente sabe.

O Sr. Nôbrega do Quintal: — É sempre bom uma explicação a este respeito.

O Orador:—Mas, como dizia, S. Ex.a que é perito em cousas de finanças, foi aproveitado para a pasta da marinha.

Sr. Presidente, eu não sei bem quais os grupos políticos que estão representados no Governo; sei que nele estão representados o Partido Republicano Português, o Grupo Parlamentar Popular e o Partido Socialista Português, mas, a filiação política de todos os outros membros do Governo, parece-me a mini, excessivamente confusa.

"Sr. Presidente: o Sr. João Gonçalves, representa os independentes, mas, já não sei o que representa o Sr. Oliveira e Castro, que conjuntamente com outros independentes faz parte de um grupo chamado Partido Constitucional Republicano; não sei se S. Ex.a foi convidado pessoalmente para essa pasta, ou se esse elemento chamado Republicano Constitucional, organizou agora com outros elementos independentes, uni partido, chamado dos independentes.

Sr. Presidente: igualmente não sei bem a que espécie de grupo político, eu posso atribuir o Sr. Ministro dos Estrangeiros, sei apenas que S. Ex.a faz parte de um grupo de intelectuais organizado neste país há pouco, à semelhança desse célebre grupo de Anatole France.

Não sei quais são as ideas e os planos dessa academia de meios políticos e meios literatos, mesmo porquo parece-mo que

as ideas desse grupo, a respeito de literatura, são muito confusas.

Sr. Presidente: nem pelos elementos que constituem o Governo, nem pelos grupos que representam, nem pela missão que se atribuem, o Governo não pode dar, sequer, a impressão de unidade de pensamentos, e unidade de acção.

Eu concebi, e tinha dito que se organi-sasse uni Governo das esquerdas, no sentido que se dá a esta expressão em todos os países em que há organização política, e em que a vida parlamentar se compreenda.

Mas um Governo organizado por forma que um dá a impressão de que tem elevados pensamentos e acção forte para gerir os destinos da Nação, está naturalmente destinado a declarar-se nos conselhos de ministros e necessariamente destinado a esgotar a sua actividade e a sua energia quer em explicar os seus actos ao país, individual ou coletivamente, quer em entenderem-se os Ministros para a realização dos seus planos na acção go-ver nativa.

O Sr. Mesquita Carvalho:—V. Ex.a dá-me licença? Tendo tido V. Ex.a o cuidado de se referir individualmente a cada um dos Ministros, é de lamentar que esquecesse a figura mais predominante do Ministério: o Sr. Ministro do Interior !