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nas cadeiras do Poder constituiria antes um verdadeiro crime. (Apoiados).

O orador leu a sua moção, que é a seguinte :

Moção

Considerando que a grave situação em que o País se debate exige a constituição dum Governo que pela confiança que mereça à Eepública possa resolver os problemas pendentes, aproveitando todas as energias nacionais;

Considerando que os Governos devem ser revestidos da máxima autoridade para poderem sanear a administração pública e reduzir as despesas, o que constitui a base :necossária para uma boa política tributária;

Considerando que ó mester incitar e proteger todas as úteis iniciativas, dando as necessárias garantias jurídicas à propriedade e ao cap'ita], intensificando o trabalho e a produção e submetendo todas as forças e actividades ao bem geral do País;

Considerando que é necessário adoptar um conjunto de medidas no sentido de dar corpo e realidade às aspirações manifestadas DOR congressos regionais, for-( talecendo os municípios e dando vida à produção:

Considerando que convêm satisfazer as reclamações das classes trabalhadoras, dignificando-as na sua função, melhorando-os na-s suas condições de existência, de modo a poderem intervir na vida administrativa « política, sempre que tais reclamações não representem subversão da ordem, ignorância dos direitos de ou-trern ou prejuízo para os interesses gerais do Estado;

Considerando que urge impor a todos os 'portugueses a obediência à lei e o respeito pelas crenças e ideas de cada um;

Considerando que a valorização dos nossos recursos, tanto da metrópole como das colónias, e a adopção duma política financeira e tributária que extinga o déficit,, dependem essencialmente da constituição dum 'Governo capaz de ser o instrumento da vontade colectiva:

A Câmara, 'reconhecendo que a constituição do actual Governo 'não satisfaz a estes requisitos, passa à ordem do dia.— António Oranio.

.Admitida.

Diário da Câmara doe Deputados

O Sr. Álvaro de Castro: — Sr. Presidente : eia meu nome pessoal e no do partido que represento nesta Câmara, apresento ao Governo as minhas homenagens de muita consideração, que se dirigem a todos os Ministros, eena excepção, aos meus amigos pessoais e àqueles que o não são.

Ditas estas palavras, de muita sinceridade, porque o meu respeito e a minha consideração pelos homens que assumem o Governo nesta hora é sempre muito grande, entrarei propriamente no que se pode chamar a apreciação da confiança política que este Governo me merece. Este Governo, pelo que se refere ao partido que nesta Câmara represento, pode eontar com a mais absoluta desconfiança. (Apoiados).

Poderia .até dizer, poderia até empregar as palavras do leader da maioria parlamentar, dizendo que este Governo tem da minha parte e do partido que represento, um apoio condicional. Eu explico.

Se eu houvesse de julgar este Governo pelos actos dalguns dos seus membros que representam pela sua vida e pelas suas declarações, uma determinada política, a minha primeira frase corrospon-deria aos meus desejos e intuitos políticos, pois entendo que são .aqueles que devem nortear todos os republicanos que querem, de facto, elevar a Sepública"a um plano mais elevado, a um plano de realização de tal ordem, que nos conduza a uma situação financeira e económica diferente daquela em que nos encontramos.

Mas eu, Sr. Presidente, -estou em face duma declaração ministerial, qne demonstra a vacuidade completa do Governo que nesta hora se apresenta ao Parlamento, e a negação completa e radical de todas as afirmações, de todos os actos praticados pelos homens que se diziam os detentores da política avançada em Portngal.