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JScssSo de 20 de Junho de Í920

mesmo S. Ex.a, porque conhece bem os factos.

,;Qiiere isto, porêin, dizer que os homens deste Governo, em matéria económica e financeira, no que constitui a plataforma comum, não estejam absolutamente integrados?

É evidente que não.

A hora não é própria para processos que não honram os homens da República.

Afirmou o Sr. António Granjo, e nisso •ereio que foi acompanhado pelo Sr. Álvaro de Castro, que o Governo não se tinha referido à amnistia.

O Sr. Álvaro de Castro: -

Sobre a amnistia cousa alguma eu pre-guntei ao Governo.

O Orador:—O Sr. António Granjo, pelo monos, referiu-se a esse assunto, e peço a S. Ex.a *que siga as minhas considerações, porque, se não proferiu as palavras que suponho ler proferido, torna-se desnecessário eu prosseguir neste ponto. Tenho aqui uma nota que atribui a dois oradores — os Srs. António Granjo e Álvaro de Castro — a frase de que o Governo não definiu a sua posição sobre o projecto da amnistia. O Sr. Álvaro de Castro já declarou que não a proferiu; com respeito, porOm, a V. Ex.a, creio que sim, mas dirá...

O.Sr. António Granjo: — Referi-me apenas à circunstância de no Governo estar representado um partido cujas ideas a respeito da amnistia eram abertamente hostis e, por outro lado, acharem-se também no Governo elementos que abertamente a têm defendido. Foi isto o que eu disse; no emtauto, devo declarar que, por mini, achava de toda a conveniôncia em •que o Governo definisse a sua atitu4e sobre o assunto.

O Orador: — Devo dizer a V. Ex.a e à •Câmara que, em relação à amnistia, o Governo definirá a sua posição na hora própria.

Êstabclece-se diálogo entre o orador e o

O Orador s — Tanto não era um erro, que o Sr. Álvaro do Castro, querendo

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saber qual era a política geral do Governo, se referiu muito especialmente à pasta do Interior, e a este respeito S. Ex.a que, sem dúvida, interpretava o pensamento de todos os Deputados reconstituintes, teve a resposta na própria declaração ministerial, dispensando me até de mais largas considerações sobre o assunto.

O Sr. Júlio Martins desconfiava do Governo da minha presidência no que se refere à obra da defesa da República.

j Ah! Sr. Presidente, quem me dera ter muitas vidas para que, se mas tirassem sucessivamente, ainda ficasse com 'uma para a sacrificar na defesa da República! Nunca, a dentro da República, me liguei com os seus inimigos para deitar abaixo qualquer Governo.

Não mo acusa a consciência, não me sangra o coração, não me vexa a inteligência qualquer conchavo ignóbil com tais elementos.

Se amanhã um amigo se ligar para qualquer acção com Teófilo Duarte, por exemplo, ou com qualquer outro desses contínuos revolucionários, tratá-lo hei com carinho, não lhe farei qualquer das muitas cousas que a mim fizeram, mas haja a certeza de que a República será malgré toiit.

O Sr. António Granjo: — Referiu-se agora V. Ex.a a Teófilo Duarte e, como fui testemunha de defesa desse oficial por ocasião do seu julgamento, desejava que V. Ex.a me dissesse se, porventura, se me queria referir também.

O Orador: — O facto de defender quem-quer que seja, não dá a ninguém categoria de revolucionário.

Eu, Sr. Presidente, não sou revolucionário por sport, mas tam somente quando encontro qualquer obstáculo no caminho da República, porque desejo ser, acima de tudo, um espírito construtivo, e, tendo pertencido a juntas revolucionárias, jamais pedi qualquer cousa à República. Contento-mo com o que sou e — tenha V. Ex,a a certeza — esporo nada pedir ao Estado.