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Diário da Câmara dos Deputados

tónio Granjo não ignora a razão por que exprimo o meu pensamento por estas palavras.

A frase não é original minha, porque veio do estrangeiro. Não poderemos ir à Coníerência de Bruxelas—já tem sido dito lá fora e já tem sido dito na Câmara — sem levar aqueles elementos necessários para que o estrangeiro se convença de que temos administração e disciplina.

Custe o que custar. V. Ex.a, tendo sido um dos delegados, sabe muito bem que isto é verdade. Nós não podemos ir, como'o povo diz na sua forma simplista de dizer, «com as mãos a abanar».

Toda a gente sabe que o Sr. António Granjo é um partidário à outrance da dissolução, e digo toda a gente sabe, por que S. Ex.a todos os dias nesta casa do Parlamento toca essa sineta, afirmando que só deseja o Poder em circunstâncias muito especiais, que só o seu partido é competente para governar o País e que só ôle o pode salvar...

O Sr. António Granjo: — Isso não é exacto. O que eu afirmei foi simplesmente que o meu partido se encontra em condições de realizar essa missão. Mais nada.

O Orador: — Ou os meus ouvidos me atraiçoaram ou eu ouvi dizer a S. Ex.a com aquele o evidentemente» que é muito seu, embora às vezes não tenha evidência alguma, que este Governo, pela forma como estava constituído, se achava incapacitado de realizar a sua missão. Eu ouvi dizer isto a S. Ex.a com aquele dogmatismo teológico que todos lhe conhecemos.

Ora eu entendo que seria muito mais conveniente aguardar primeiro os factos para então poder emitir uma opinião segura.

Isto de se dizer que um Governo não serve apenas porque ele é formado por criaturas com que se não simpatiza e não pelos actos que ele pratica, é um péssimo erro e uma má política.

O Sr. António Granjo disso ainda que a declaração ministerial nada valia; por muito pouco que ela valha, sempre vale mais alguma cousa do que a moção que S. Ex.a enviou para a Mesa. (Apoiados). 'Sei bem que, apesar da amizade que me dedica, o Sr. António Granjo, se pu-

i desse, — e seria ingenuidade minha supor ; q contrário — faria baquear este Governo. l E certo, mas, emquanto não chegar essa i hora. — e tenho a certeza de que lhe faço i muito mais justiça do que aquela que a ; mim faz, porque essa não é nenhuma — l nunca julgarei S. Ex.a incapacitado de j ser Ministro da República, mesmo da tal i pasta "em que, na opinião de S. Ex.a, os \ partidos se tornam fortes. 1 Um aparte do Sr. António Granjo.

: O Orador: — Se V. Ex.a se compro-; mete não a dar-me os seus votos, mas j sim aquele apoio necessário para que não ; nos afundemos todos, se se compromete , tam somente a cooperar connosco na nossa i obra de ressurgimento, declaro a V. Ex.a J que lhe ofereço a pasta do Interior, pas-j sando para a da Guerra esta figura vene-; randa que a meu lado se encontra. (Mui-\ tos apoiados}.

\ O Sr. António Granjo: —

Agradeço-lhe as generosas palavras que me dirigiu e a confiança que em mim deposita e que, aliás, não é mais do que a correspondência da que V. Ex.a me merece, pois, quando iuiciei as minhas considerações sobre este debate, tive ensejo de dizer que V. Ex.a era uma das mais altas figuras da República, e que, pelos seus serviços, tinha direito a ocupar os mais altos cargos.

Agradecendo, no em tanto, a V. Ex.a as suas palavras amáveis, permito-me preguntar o que é que a V. Ex.a dá a direito de afirmar que é minha opinião que os partidos se fortalecem na pasta do Interior?

O Orador: — ^Para que estar.a estabelecer uma discussão inútil?

<_. p='p' nos='nos' conhecemos='conhecemos' outros='outros' uns-aos='uns-aos' bem='bem' não='não' pois='pois'>

O Sr. António Granjo: — V. Ex.a faz uma afirmação e torna-se necessário dar a quem é visado o direito de se defender.