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apenas significam uma corrente de ódios e revinditas qúo não podem merecer-me senão o inais íormal e absoluto antagonismo. Aposar disso, porém, eu desejaria que não se negasse à imprensa, seja ela qual for, .uma ampla liberdade.

A qualquer GovOrno que se sentasse nas cadeiras do Poder, eu diria estas palavras, que se me afiguram absolutamente indispensáveis para honrar uma opinião republicana que sempre mantive o que me impõe coçrêiKíia a que nunca closobe' decorei.

O orador não reviu

O Sr. Presidente do Ministério, Ministro da Agricultura e, interino, do Interior (António Granjo):—-Sr. Presidente: já tiv.e a bonra de.ínzeT algumas considerações hoje antes da ordem do dia.

O caso a que o Sr. Deputado, meu ilustre amigo, Sr. João Camoesas, acaba de referir-se é muito simples.

Há uma lei de imprensa em Portugal que tenho o dever de fazer respeitar o cumprir.

Verifiquei que o jornal O Tempo vinha fazendo uma propaganda contra a nossa administração colonial, campanha semelhante àquela que em 1898 e depois, cm 1911, se fe-z em Inglaterra com o fim tendencioso de preparar uma atmosfera propícia à divisão cias colónias. Parec^ que o ouro alemão não é suficiente para comprar jornais ingleses o ó, portanto, indispensável que o Governo não consinta que tal campanha se faça em Portugal.

Verifiquei também, Sr. Presidente, que a linguagem dalguns jornais monárquicos era absolutamente tendenciosa em relação ao Governo.

Este Ministério quore o apoio de toda a sociedade portuguesa,, necessita, que de todos os lados da Nação lhe venha o incentivo e- o auxílio, m,a,s o Governo tem o dever de repelir e afastar qualquer apoio que mascaro a criação duma situação que convenha a fins políticos, contra a República. (Apoiados).

O s.entido manifesto dessa, imprensa ora manter entre unia .certa parte da opinião republicana uni certo sobressalto que levasse à desconfiança no Governo..

O Governo não pode consentir semelhante cousa, porque ele quere e, deseja viver com a opinião republicana, tanto

Diário da Câmara dos Deputad&t-

mais quanto é certo que tenho o dever de não esquecer os serviços que a República deve a todos os Republicanos, pois é com estes que ela sempre se tem en-con.trado nas horas de perigo. (Muitos apoiados*).

A nota que vem nos jornais não é da responsabilidade do Governo, não é da responsabilidade da polícia, não é da responsabilidade de ninguém.

Eu chamei a autoridade competente e dei-lhe esta ord^m, citando o caso do Tempo; nílo citei a Batalha, nem' sequer a Situação, citei apenas o caso do Tempo e disse que a ordem que dava em relação ao Tempo a dava em relaçHo a qualquer outro jornal.

• O Governo está disposto a acabar com quaisquer campanhas com fins anti-patriotas ou que tragam como consequência, nes.ta hora que nos dizem do transição para um novo regime de organização da sociedade, e que outros dizem apenas um momento transitório, caminhando-se para a subversão da ordem, para a anarquia, uma campanha sistemática que não trepida om abalar as próprias bases da sociedade que o Govôrno tem obrigaçãoJdí> defender.

V G V. Ex.a, Sr. Presidente, e sabe o Sr. Deputado João Camoesas. que apesar da minha ordem, nenhum desses jornais foi apreendido; não é. portanto, uma or-deni para que seja apreendido^ este ou. aquele jornal, ó uma ordem que dei com o fim já indicado e que quero que se cumpra, tomando as respectivas respon-sabilidades a quem a não cumprir.

Se há uma lej de imprensa tem de se cumprir; se não é boa o Parlamento que a modifique e o Governo tâmara as respectivas responsabilidades aos agentes-que a não façam cumprir.

Foi, portanto, uma ordem que coniuni-quei às respectivas autoridades e que^ como a Câmara acaba de ouvir, teve um motivo justificado.

Tenho dito.

O orador não reviu.