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Sessão de.2í -U Julho ~de 1920

cias, mas deslocadas, o que equivale a dizer, um Governo de não competências.

Se porventura qualquer desses ilustres homens públicos, fosse por virtude das circunstancias, impelido -até a situação de •Presidente do Ministério, o íseu principal objectivo consistiria em organizar um Ministério do competências colocadas nas «eus verdadeiros lugares, para que a -sua acção fosse verdadeiramente profícua à .Republica e ao Paí-s.

.Assim não -sucedeu e'daqui .a'pouco, quando apreciar 'muito à vol d'ois

Sr. Presidente: depois da crise aberta por virtude da aprovação da moção d'o Senado, todos os parlamentares que se tinham conjugado .para servir o -Governo António Maria da Silva, tê4o-iain províi-velmente feito .para bem do regime que S. Ex.as dizem defender e cujos interesses S. Ex.as são forçados a respeitar.

ÍJles tinham e tom qualquer plataforma de momento 'que não fosse'apenas o produto

Todos os- republicanos declararam nesta crise ministerial que nada havia superior íaos interesses do País e que se alheavam de raidades no -próprio interesse da Pátria.

Porque ó -então que não têm o desassombro, a coragem precisa, para-assumirem as responsabilidades do Governo?

O Sr. Cunha "Liai-—no seu discurso brilhante, proferido ontem nesta-'casa do Parlamento — discurso que na falta de outro diploma que atestasse a sua competência, seria atestado mais que suficiente para que todos ficassem convencidos que .'S. Ex.a é, em matéria do finanças, a maior •das competências deste país, S. Ex.a teve ^nspjo de descrever a traços largos as étapes da crise.

O Sr. Cunha Liai tc-vo ocasião de fri-

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sar, sem que o Sr. Presidente do Ministério fizesse qualquer rectificação, que ao Partido Popular, nenhuma, absolutamente nenhuma responsabilidade cabe na demora que teve a solução da crise.

O Partido Popular, desde o início da crise ministerial, declarou em primeira mão, ao Sr. Presidente da República e em seguida" aos homens encarregados de organizarem gabinete -que tiveram a deferência de consultá-lo, qual o seu-ponto de vista que ^se resumia nnrn 'Governo de concentração, não de homens porque 'São sempre perniciosos, mas concentração de ideas que representasse transigências que não. ficam mal, dando-se assim ensejo a que o Sr. Presidente da-República pudesse 'constituir -um Governo, como certamente era o seu desejo, •profícuo para a República-.o útil para o País.

.Na hipótese de não se conseguir este dvsideratum, o Partido Popular fez a declaração, já'bem expressa pela votação do Congresso, do que neste momento só uni Govôrno das esquerdas podia assumir as funções do Poder.

O Partido Liberal definiu o seu moflo de ver, afirmando o desejo de que se cons-titufeso um-Governo do concentração, do forma a que só um grupo -republicano ficasse nesta-Câmara e no "Senado fazendo aquela 'fiscalização necessária para prestígio da -República.

Todos nós ^supúnhamos, e eu caí tain-bôm nessa ingenuidade, que o Partido Liberal, desde o-dia em que trouxera a público esta'plataforma, condicionaria a sua acção consoante as suas declarações.

Nlo sucedeu porém assim, 'pois perante o dr. Presidente cio Senado, perante o Sr. Presidente da'Câmara dos Deputados, e ainda perante o Sr. Herculano Galhardo, 'S. Ex.as não respeitaram a fórmula anteriormente apresentada e, no 'momento do seu correligionário Sr. Abc'1 Hipólito ser encarregado de organizar Ministério, estabeleceram que podia este 'últinio "Sr. ir bu-scar a todos os Partidos Aini repíe-sentante por 'cada um, 'ficando as outras pastas para serem preenchidas por-quem S. Ex.'a quisesse.