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Sessão de 21- de Julho de 1920

som que- sequer tentemos dar-lhes a sua autonomia1 para não perdermos- a influência, de bandeira e para que elas próprias possam e tenham estímulo para se deíen.-dorem do inimigo que as rodeia. A meu ver, portanto, a orientarão seguida com respeito às colónias está errada; e errada continua.

Chegámos à decadência, como natural, corolário de tudo o que^ tenho aqui dito.

Emquanto lá fora se estudada a maneira de se aplicar a sciencia. às indústrias^ de se multiplicar a produção, nós andámos- a meter lanças- em- África e, assim, como já tive ocasião de observar, aclramo-nos atras-ados" uns bons; três -séculos- nó movimento industrial da Europa, três séculos que se não recuperam- com facilidade.

Quando se atenuar um pouco este roçar de interesses, de modo a estabelecer--se uma relatÍA*a paralização- nas lutas para as. partilhas: territoriais, as" nações hão-de acordar para a compensação dos seus prejuízos.

A grande indústria5! únicamente•&> ela!

Será na grande indústria que a França-, a Bélgica, a Inglaterra, a Alemanha, a Holanda, e até a Itália, hão-de pracurar as- suas- compensações, e então teremos de assistir a uma luta- de canibais- para a conquista dos mercados.

Desejaremos também lutar, mas ser--nos- há impossível porque nos faltam os indispensáveis hábitos- do-trabalho industrial efectivo, e, deste modo:, não poderemos resistir-às; investidas que'teremos de sofrer de toda* a-Europa, quer1 na metrópole, quer nas colónias-.

(? E, então, o que acontecerá? •

Se-nuo nos- deixarmos completarnente destas1 pugnas mes-quinhas em que temos vivido, para nos* integrarmos todos nós, portugueses, nos* interesses da Nação e da República, assistiremos, de braços cruzados, à perda da nacionalidade:. O Paia quo habitamos^ subsistirá, mas dei-x-arártle- ser uma'nação independente, terá de andar à mercê dos vais-vens da sorte até se decidir definitivamente o nosso destino.

Gomo socialista, esta idea não me- pode repugnar, oncarando-a, pois, sem paisâo,

| apenas como filósofo, conhecedor do clos-j tino dos homens e- das-nações através ^as i idades-.

«E preciso — diz-se — contar com as energias da raça». Mas- onde estão elas?

A energia da raça tem de manifestar--se por- uma- persistente força de-vontade colectiva e-: uma persistente' sciência- de carteira, mas essxis- temo-las- inteiramente obliteradas.

Ou. nos- deixamos- desifa orgia política em que temos-vivido desde há nove anos e meio, integrando-nos nos interesses nacionais, oir vamos-para o fundo, deixando de ter razão lógica de existfncia, como desnecessárias; ao grandtvequilíbrio-social. económico o financeiro• da- Europa-.

Esta desgraçada hipótese-, gerada nas acentuado-s estigmas de degeneres-cência que- em Portugal de dia a dia mais intensos se revelam, acha" a sua razcõ.O'de-s-er no fundo-trágico de toda a história.

Temos, evidentemente', de" nos* s-ubino-ter ao'S'desígnios fatais da natureza, ainda mesmo- quando eles se manifestam no destino das- nações..

Qual será- o da- nos-sa, a continuarmos no~ dulce- far- niente da inconsciência- e da ociosidade em que até aqui se tem vivido, não o sabemos nós'.

Seja. porém, qual fOr,. s^rá aquele1 que a História atribui às nacionalidades- que terminaram o- seu ciclo de evolução: ou perderam'o fio das suas tradições-.

^:Pois Honra, Grécia e um número imenso- de-nacos s1, ao- fim de tantos-sé-, culos de actividade, nãt> perderam também a sua independência, chegando ao desaparecimento ?•

(Daern unias* e das- suas' ruínas- ressurgem outras.

Várias se estão reconstituindo neste momento. E a Irlanda?

Oito: séculos tem vivido sob a- pata-inglesa, rea-gindo sempre pura conseguir a sua. independência, senda lícito crer que a breve trecho a conseguirá definiva1-mente; Viveu longos; séculos s-ó animada pelo calor das- suas- tradições d&- quo nunca, se esqueceu1, ainda; nos momentos mais calamitosos da sua existências

Tem a Irlanda muito que vep com o destino ds- Portugal.