O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

prir nesta hora, que é provocar explicações, que a nação registará com interesse, porque delas não pode prescindir.

Poucas pregnutas formulei ao Chefe do Governo e por consequência mais facilmente me poderá responder. Não fiz oposição sistemática, processo que me compunge quando empregado pelos outros e que portanto repudio de mim. E se demorei um pouco mais as minhas considerações, foi para determinar com nitidez o que pessoalmente me dizia respeito, aludindo a um pacto que me obrigou a arredar por algum tempo dos trabalhos parlamentares.

Eu tenho o legitimo orgulho de só ter criado na vida situações que mo não envergonham, que sejam totalmente justas e legais, justou aqui à sombra dum direito indiscutível, ou para atacar um Governo, como o actual, que não é ;da minha simpatia política, ou para dar o meu voto do confiança a qualquer outro, que como o anterior merecia os meus aplausos e a minha entusiástica defesa, sem que permita aos imbecis que por generosidade poupamos, sombras de homens que iião passam do sapos rastcjuntoo, porqno como eles só podem ver a luz das estrelas retratadas nas águas dos charcos onde chafurdam, e que ousaram criticar o meu regresso à Câmara, como se me não honrasse sobremaneira com idêntica oposição à do carácter nobre que é o Senador Sr. Lima Alves, embora caminhando, sob o ponto do vista político, por lados opostos.

Sr. Presidente: não apresento, nem perfilho moções de desconfiança, pelas razões já expostas pelo meu admirado camarada Sr. Cunha Liai. Não é porque o% Governo as não mereça, mas porque não concordo com esses processos, sobretudo quando o Ministério se apresenta ao Parlamento, sem que tenha demonstrado o que pretende, fazer.

Não ! não quero pôr-me ao nivel dos que ontem assim procederam e que hoje se podiam sujeitar às mesmas contingências. Por mini, nesse ponto, pode o Governo estar tranquilo, na certeza de que nada espero da sua acção, da sua energia, da sua competência a bem do meu Pais.

Confesso-o com rnágua, com apreensão, com temor pelo futuro, da minha Pátria,

Diária da Câmara dos Deputados

que vive iluminada pelo meu sonho de a ver ressurgida e tranquila.

Só me resta :iguardar do Sr. Presidente do Ministério que nie responda com a mesma clareza e intenção, às poucas e simples preguntas feitas, que eu pus nas minhas palavras de arrebatado amor à verdade e à República.

Tenho dito.

Vozes : — Muito bem, muito bem!

O Sr. Ladislau Ratalha: — Sr. Presidente : vou falar neste Parlamento em presença do trigésimo Ministério depois que se fundou a Kr-pública o-em presença do seu quadragésimo Ministro das Finanças.

Parece-me que isto bem dispensa comentários.

Se eni 9 anos o 9 moses a.' República teve tal instabilidade administrativa que não dispensou o revesamento sucessivo de 30 ministérios, ainda agravado dentro desses quási 10 anos com recomposições na pasta das Finanças, a ponto do número de Ministros dessa pasta ser de 40, mais não é preciso pôr, para só sabor que a República Portuguesa tem sofrido, e continua a sofrer, duma doença política gravo que tem ajudado a arrastá-la à desgraça em que estamos. Portanto importa — e importa muito— estudar deveras quais as determinantes desta calamidade que se chama revesamento contínuo e sucessivo de Ministérios, alguns apenas com a exígua duração de 24 horas, e outros caídos na praça pública, isto no espaço bem reduzido de 9 anos e 9 meses. .

Há-de haver unia razão, unia causa, e esta causa directriz precisa de estudar-se.

Por conseguinte vou fazer algumas considerações, e, mais do que o político, falará desta vez o sociólogo.