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Sessão de 21 de JuUio de 1020

ruanter-se na mesma inércia que tam perniciosa foi à República o ao País!

Essa inércia foi aqui, e conconiitante-monte com os Deputados Populares, censurada asperamente pelo Sr. António Granjo. S. Ex.a chegou até a sintetizar numa fórmula que se tornou célebre essa inércia tam revelada pelo Governo, afirmando que ele, Governo, tinha de marchar ,para a frente depressa, nem que o Sr. Álvaro de Castro tivesse de empunhar a espada para o zurzir pelos rins!

Ora com a espada que o Sr. António Granjo queria que se desse na inércia dos h.omens do Governo do Sr. Sá Cardoso, podemos agora nós dar no Governo de S. Ex.;i, porque, estando o País numa situação muito mais aflitiva do que então, precisando de remédios prontos, eu não tenho esperança do que esses homens mudem ou tivessem mudado. E não podendo hoje o Sr. Álvaro de Castro, por interesses de clientelas políticas, ser convidado pelo Sr. António Granjo para'empunhar a espada a fiin de fazer marchar o Governo, zurziudo-o nos rins, nós adoptaremos essa fórmula e V. Ex.as marcharão com a espada nos rins. E note V. Ex.a que nós sabemos manter as nossas afirmações quer na oposição, quer no Governo, quer em toda a parte. (Apoiados).

Sr. Presidente: afirmou ainda o Sr. Álvaro de Castro, e eu desloco do seu brilhantíssimo discurso esta sua afirmação, porque é bom que ela fique registada por nós, que as ideas anteriores do Sr. António Granjo não estavam absolutamente antagónicas com as ideas da reconstitul-ça"o nacional.

Ora devo dizer que é de estranhar que o Sr. Álvaro de Castro só na apresentação do Governo, só neste momento, chegasse à conclusão, que folgo em constatar, de que as ideas políticas do Sr. António Gríinjo não estavam absolutamente em desacordo com as suas, havendo até, pelo contrário, pontos tocantes.

Já por duas vezes tive ocasião do expor à Câmara que não considero o Grupo Parlamentar Reconstituinte mais do que Grupo Parlamentar Democrático, secção de Reconsíitulção Nacional. Os homens não podem facilmente mudar, dum momento para o outro, o conjunto àe opi niões formado à custei dura estudo demo-radc o laborioso.

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O Sr. Álvaro do Castro é alguê/n neste País pelo seu passado, é alguém pelo seu presente e quero bem crer que será alguém emquanto vivo for. S. Ex.u tem graves rosponsabilidades na direcção da Partido Democrático, de que só há bem pouco tempo saiu, e, mesmo que quisesse, não poderia, de momento, refundir aquela bagagem de princípios que, durante oito ou nove anos, andou defendendo na política.

Pode S. Ex.a, é certo, adoptar, de momento, processos de combate e de execução de ideas diferentes daqueles que até há pouco preconizava, mas mudar não.

O Sr. António Granjo, chefe parlamentar do Partido Republicano Liberal, também não podia, nem devia, fazer uma mutação tam completa como a que fez dos princípios que na política andou defendendo durante largo tempo. A culpa não é minha, nem talvez do Sr. António Granjo, mas das circunstâncias a que S. Ex.a facilmente se subordinou e pelas quais se deixou arrastar, não sendo este o momento de o discutir. Mas a afirmação do Sr. Álvaro de Castro, de que ae ideas destes dois homens públicos quási se confundem, dá-me o direito de, -por minha vez, afirmar que o Sr. António Granjo ó hoje talvez aquilo que já foi ou-trora, mas em muito melhores circunstâncias — um democrático miliciano — na altura em que o ser se democrático miliciano era, para alguns, um facto deprimente e, para outros, como para S. Ex.a e para mim, um facto muito honroso, na altura em que os interesses do País impunham uma união, de momento, entre os dois maiores partidos da República, como eram o Partido Evolncionista e o-Partido Democrático.

Não pode confundir-se, porque dizia respeito aos altos e sagrados interesses-da Pátria, a união, de momento, desses dois partidos com um conchavo que, baseado nas afirmações deste programa, se pode dizer que representa unicamente uma união de interesses, porventura legítimos, creio bem, porque os partidos também têm, por vezes, que não sempre, interesses legítimoso

Olhando,' Sr» Presidente do Ministério» para o programa que V° Ex.a aqui troo-

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se, olhando para os homens que cousti-