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O Sr. Júlio Martins: — E melhor dizer que varia conforme os vendedores.

O Orador: — Para este assunto, que é realmente bastante importante, foi, logo no primeiro dia em que tomei conta da pasta da Agricultura, chamada a minha atenção. Tem-se feito mesmo na imprensa uma campanha intensa no sentido de o Governo facilitar à agricultura os.adubos de que ela carece, a fim de intensificar, quanto possível, a produçáo nacional de cereais.

Eu sei, por informações que colhi, que só esto ano o Estado perderá cerca de 00:000 contos. Ora o País não pode, por forma alguma, com os encargos que derivam de tal situação. Emquanto em França os Governos têm posto à disposição da lavoura os adubos de que ela carece, em Portugal ainda se discute se o Governo terá ou não vantagem em efectivar uma política económica semelhante...

O Sr. Júljo Martins (interrompendo): —

O Orador: — O Governo não tomou ainda nenhuma resolução, mas, se for indispensável, irá até onde preciso for.

O que o Governo está resolvido é z, autorizar a importação do estrangeiro e a compensar os lavradores da importância que vai do preço do adubo nacional para o adubo estrangeiro.

Estou convencido de que, pela diferença cambial, 'vão adubos para Espanha...

O Sr. Júlio Martins (em aparte): — Como vai tudo!

O Orador: — Diz V. Ex.a muito bem, como, de resto, vai tudo, e por esse motivo a alta rápida de todos os géneros. O Governo, sabendo isso, adoptou medidas para evitar o contrabando.

O Sr. Manuel José da Silva (Oliveira do Azeméis),, (interrompendo}'. —

^Está o Governo disposto a aceitar as

Diário da Câmara dos Deputados

propostas que existem no Ministério da Agricultura?

Eis o que seria interessante saber.

O Orador: — O Governo está disposto a facilitar, por todos os meios, adubos à Associação da Agricultura.

Com respeito a outra pregunta formulada pelo Sr. Júlio Martins, e que diz se refere a carvão, eu devo informar S. Ex.a que já' foram dadas terminantes e urgentes ordens para o Sul e Sueste, a fim de se congregarem todas as quantidades de carvão que lá existe.

Evidentemente, essas quantidades de carvão não chegam para o abastecimento de Lisboa, pelas razCes já aduzidas pelo Sr. Júlio Martins, e. provavelmente, certamente mesmo, o Governo terá de encarar o problema em questão muito rapidamente, tanto mais quanto é certo que, como S. Ex.a bem sabe, pela forma por que se importa o carvão mineral em Portugal, sem que o Estado se tenha munido das cautelas necessárias para eliminar o intermediário, a sua venda é feita no nosso país à um preço verdadeiramente incomportável, obrigando mesmo o Governo a ter parados no Tejo muitos navios de pesca, o que ainda mais agrava o problema da carestia da vida.

Os dois problemas estão relacionados, mas, embora não me seja possível dar de momento uma resposta completa ao Sr. Jôlio Martins, desde já asseguro a S. Ex.a que os considerarei com o mais cuidadoso interesso e que dentro em pouco tempo averiguarei se é necessário ou não alterar-se o preço do carvão.