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mais lógico é discutir toda a lei o não somente um artigo, o melhor ó reservar essa discussão para GCÍs'.lio mais asada.

• O Sr. Presidente: — Vou consultar a Câmara sobre o requerimento formulado pelo Sr. Mem Verdial para que se proceda desde já à interpretação do artigo 5.° da lei n.° 903.

Consultada a Câmara, foi rejeitado.

O Sr. MeinVerdíal:—Requeiro a contraprova.

Feita a contraprova, ver'fic'ou-se que tinha sido aprovado.

O Sr. Presidente:—Está em discussão o a-tigo 5.° da lei n.° 903.

O Sr. Júlio Martins: — Sr. Presidente: Eu sou daqueles que têm pelo Parlamento um grande respeito. Há tempos a esta parto vem sido movida contra o Parlamento uma campanha que, a meu ver, não tom razão de ser.

São cartas que surgem de toda aparte de constantes leitores a gritarem contra o paleio e contra a função nula que os parlamentares estão desempenhando.

Eu entendo que há uma grande injustiça na apreciação da obra do Parlamento. De resto, não tenho responsabilidades nenhumas.

Se eu não pudesse desempenhar cons-cientemente as minhas funções parlamentares eu saberia perfeitamente qual o caminho que deveria seguir.

No momento em que o Parlamento está prestes a fechar, e ficam por discutir não só os orçamentos, mas assuntos de alta importância, não é inteligente — desculpem-me os meus ilustres colegas a franqueza — que se vá discutir unia lei que, nos diz respeito; e se o fizermos daremos aso a que a campanha contra o Parla-vmento recrudesça.

Os Deputados não morrem, nem ficarão em circunstâncias periclitantes, se neste momento for retirado o projecto da discussão. Discutamos, antes, os projectos que interessam ao país.

Por tudo isto, abstonho-me de entrar apreciação da lei, o quo declaro cm n amo do Partido Popular. noTenho dito.

Diário da Câmara dos Deputados

O Sr. Mem Verdial: —As palavras proferidas pelo Sr. Júlio Martin s.parece quererem mostrar que se pretende discutir o subsídio dos parlamentares. '

O contrário: Os intuitos são no sentido do quo o Parlamcnlo possa funcionar com todos os seus membros dentro do Parlamento.

A democracia não se fez somente para os ricos quo estão nas condições do Sr. Júlio Martins e que podem estar noso trabalhos parlamentares vivendo em Lisboa. Todos numa democracia têm obrigação de dar o seu voto o comparecer nas sessões do Parlamento.

Têm o dever também, porque têm do viver do trabalho, cio acompanhar os seus negócios na terra das suas naturalidades. Têm família, a quem tom de prestar cuidados, e não podem afastar-se um ano completo, que tal tem sido o período cm que esto Parlamento tom funcionado, visto ter sido aberto orn Julho do ano passado, dos seus negócios, estando em Lisboa permanentemente.

Devo dizer quo o subsídio ó insuficiente1

O meu caso ó que recebo 5$, e no hotel gasto muito acima dissO; c tenho de dar à Companhia Portuguesa dos Caminhos do Ferro, só em dinheiro a quantia de 40$ a 50#.'

Estou plenamente impedido de estar aqui um ano inteiro a prestar o serviço quo desejo prestar ao país. Assim não se pode cumprir o nosso dever. Podem responder-me que se não tenho dinheiro não venha cá. (A^o apoiados).

Numa democracia tanto podem uns como outros.

Nào só pede ao Estado o quo ele não podo dar.

Não se procura aumentar um ceitil ao subsídio dos Deputados. . :

Pelo contrário. Facilitar o transporto até a capital, de maneira a não abandonarem a sua vida, para essencialmente dever ostar amarrado aqui num trabalho do todos os dias.