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não ine repugna votar o aumento de salários aos operários da Imprensa Nacional, dadas as condições de vida, e os salários que actualmente auferem serem absolutamente incapazes de corresponder às necessidades mais elemtntares da sua sustentação e da sua família.

Mas, se não me repugna votar o aumento de salários dentro deste ponto de vista, já o mesmo não direi quanto à economia do proJQCto.

Nós temos retrogradado muito desde o Marquês de Pombal para cá, porquanto ele quando a instituiu não foi com o fim de obter lucros, mas tam somente para servir de tipo para a indústria da sua especialidade.

É este o princípio que deve presidir à organização de todas as imprensas do Estado ;

Nós, Kepública Portuguesa, em pleno século XX, avançámos tanto que já modificámos o princípio do grande ditador, do formidável déspota que foi o Marquôs de Pombal.

E, se não trato deste assunto mais a fundo, é devido à situação especial em que me encontro perante o director daquele estabelecimento, pelo que me limito apenas a emitir o meu parecer.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Brito Camacho: — Sr. Presidente: apenas agora na Mesa pude ler o que se discute, e V. Ex.il compreende que uma leitura feita tam rapidamente mal habilita para uma discussão.

Não compreendo a razão por que esta proposta não foi impressa e distribuída pelos Deputados em termos de cada um se habilitar a discutir com plena consciência. (Apoiados).

Não seria de mais que a Imprensa Nacional, ao menos, quando pede para si, abrisEe um parêntese na greve dos braços caídos e habilitasse a Câmara com um projecto impresso nas suas oficinas para a sua própria melhoria de situação.

De modo que tenho dificuldade e incapacidade quási completa para ver ato que ponto é justa a reclamação da Imprensa Nacional convertida na proposta de lei do Sr. Ministro do Interior.

No que não tenho dificuldade nenhuma é em lamentar que um estabelecimento

Diário da Câmara dos Deputados

do Estado, como a Imprensa Nacional, que deve ser uma repartição de confiança, declarasse que nenhum trabalho faria para o Parlamento em quanto não fosse aprovada a proposta do melhoria da sua situação.

Admito a coacção da força quando não tenho força para resistir, mas a coacção da ameaça, repilo-a nestes termos, em nome da dignidade do Parlamento e da República.

Não compreendo que estejamos a viver sob estas coacções, sem termos o direito de apresentar a nossa opinião, porque nos fiscalizam à porta do Parlamento e nas galerias, não dando independência para emitirmos os nossos votos, porque já se chegou ao estado de o Poder Executivo ser transformado em mandatário das reclamações feitas. (Apoiados).

Era bom que se soubesse quem tem força, e se os Governos da Eepública não têm força, têm de abdicar, .e isso será mais honroso.

Certo ó que a Imprensa Nacional desde há muito tempo não faz os Boletins das Câmaras, e nós andamos quási às cegas porque nos faltam por completo os respectivos elementos de elucidação dos nossos trabalhos.

Não sei de quem seja a culpa, mas parece-me que, nest-a altura, os Governos deviam ter força, que mais não seja, para encerrar um estabelecimento que não trabalha. (Apoiados).

Nestas condições, e apenas por motivos de dignidade parlamentar, não dou o meu voto à proposta que se discute.0

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. João Camoesas: — Sr. Presidente: no meu discurso fiz referências ao pessoal da Imprensa Nacional e ao pessoal que trabalha nos jornais da imprensa periódica, e o meu pensamento foi bem claro.

Devo dizer que ao Parlamento não repugna votar a proposta referente à Imprensa Nacional, porque representa um acto de justiça, e à minha consciência repugna deixar de fazer justiça quando cia se impõe.

E esta a minha doutrina; não estou disposto a mudar de rumo nem a arrepiar caminho.