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Diário da Câmara dos Deputados-

de receitas, verifica-se que o exército e mais organizações de «segurança e defesa nos levam, pelo mínimo, 73 por cento da verba das receitas.

Sr. Presidente: estes factos suscitam--nos várias observações.

Pregunto: <_.para que='que' dinheiro='dinheiro' de='de' quási='quási' vão='vão' inteiramente='inteiramente' custam='custam' absorvem='absorvem' montanhas='montanhas' todas='todas' o='o' p='p' forças='forças' essas='essas' orçamento='orçamento' nos='nos' onde='onde' das='das' públicas='públicas' receitas='receitas'>

,; Porque é que quando há uma greve de ferroviários as tropas e forças militares não chegam, sendo preciso estar a chamar reservas e forças de fora para virem acudir à miséria de guarnecer uns pobres 3:000 quilómetros de linhas férreas que possuímos?

De duas uma: ou esses 3:000 contos servem para encobrir o que não se pode dizer às claras, ou então o dinheiro gasto com a força pública é o dinheiro mais mal gasto do estadismo em Portugal, ji/ uma vergonha! Não há a menor dúvida. Por isso, o povo não teni o menor respeito, a menor consideração pelos que estão na administração pública.

Por isso o povo, ao ver essas iniciais; do que neste momento se abusa, muito, como o P. A. M., traduz por passa, atropela e mata, e ao ver as maiúsculas G. N. R., diz que elas significam grandes negócios dos republicanos.

Protestos.

É preciso que quando se vem ao Parlamento pedir verbas importantes se diga qual a sua aplicação, para -que não haja interpretações erradas que redundam em prejuízo da moral.

A força pública não serve para impor doutrina correcta à consciência pública alvoroçada. O que serve é uma administração honesta, digna, clara, que todos entendam.

Temos um exército que nos custa muito dinheiro, e quando é preciso enviar um troço de tropas à África tem de se orga nizar uma expedição com gente nova que se chama para esse fim, porque a que existe arregimentada não serve para isso.

Há pouco tempo, quando da questão de Macau, a Inglaterra disse-nos que, para poder intervir, convinha que mandássemos para lá 10:000 homens, a fim j de achar pretexto para nos ajudar contra a China. Logo houve a preocupação das dificuldades em se arranjarem esses 10:000

homens, o, contudo, gasta-se com a força pública 77 por cento do nosso orçamento de receitas.

Com a guarda republicana, com a polícia, com a força militar gasta-se tudo isso, e não servem para nada de proveitoso que se veja.

Por isso, o povo não sabe mesmo se esse exército existe de facto, ou se existe apenas no papel. Chega a gente a sentir dificuldade em conjecturar para onde demónio vai tanto dinheiro, quando não se vê essa tropa nem a sua acção.

Este lado da Câmara não tem dúvida de votar quaisquer créditos, sejam de que-natureza forem, justos e proveitosos para a produção e para o aumento do íornento.. Mas este lado da Câmara não vota verba de qualidade alguma sem saber para quê. Os socialistas não se associam de maneira alguma1 a esta bambochata, que outro nome não tem, de despesas sem se saber a que se destinam.

Portanto, só votaremos esta proposta de lei quando, em lugar das suas deficientes palavras, vierem explicações claras e exactas do uso que o Sr. Ministro da Grnen-í) vai fazer do crédito pedido.

Tenho dito.

O Sr. António Francisco Pereira : — Sr-Presidente: já o meu correligionário, Sr. Ladislau Batalha, declarou que o Partido Socialista não vota a proposta em discussão. Oferece-se-me, porem, ensejo de dizer alguma cousa acerca dela, e para isso-chamo a atenção da Câmara e do Sr. Ministro da Guerra.

Desejava saber o que motivou este decreto de 3:000 contos, a propósito de se manter a ordem pública, por isso quê ea não tenho notado, e certamente a Câmara-tambêm não tem notado, que nos últimos tempos tenha havido qualquer alteração-de ordem pública, a não ser que a alteração seja feita de tal maneira que nós não tenhamos dela conhecimento. Em Lisboa, principalmente, não me consta que haja alteração de ordem de qualquer espécie;: o que eu noto em Lisboa são as ruas cheias de lixo. (Apoiados).