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Diário da Câmara dos Deputados

telegrama que acabo de receber de Ar-raiolos.

Ele condiz perfeitamente com o amor que acaba de entrar nos arraias do Estado, pela mão do seu novo Ministro da Instrução.

Tenho dito.

O Sr. Lúcio de Azevedo : — Sr. Presidente : ouvi com toda a atenção as considerações há pouco produzidas pelo Sr. Ministro da Guerra, e se volto a usar da palavra é porque não posso deixar passar em claro a afirmação, que S. Ex.a fez, de que a sua proposta em discussão tinha sido atacada sob o ponto de vista político.

Sr. Presidente: incorre-me o dever, em face de tal asserção, de declarar que, se alguém fez esse ataque à proposta, esse alguém não sou eu.

O Sr. Ministro da Guerra (Helder Ribeiro):—V. Ex.a pôs casos concretos na sua apreciação que, certamente, excluem dela o aspecto político. Portanto, V. Ex.a está. excluído da minha afirmação.

O Orador: — Folgo bastante que S. Ex.~ compreendesse a razão da minha nova intervenção no debate, porque eu, como amigo da ordem, do trabalho e da disciplina, reconheço que o Governo, em face da greve ferroviária, que se manifestou sob um aspeeto gravíssimo, nada mais tinha a fazendo que tomar, como tornou, todas as medidas preventivas necessárias para que os excessos não fossem além daquilo a que não deviam, sequer, ter chegado.

De facto, já tinham ido além do que deviam ir, os ferroviários, visto que, criminosamente, praticaram actos de sabo-tage em grande parte do material, não se preocupando com a falta que há desse material, nem com o miserável estado em que se encontra o pouco que existe.

O Sr. Aujusto Dias da Silva: — Não apoiado.

O Orador: — O Governo fez o que tinha de fazer para defender, como lhe cumpre; o património nacional.

Neste ponto de vista, estou em absoluto acordo com o Governo.

Não pretendo nesta altura apreciar as causas determinantes da greve, nem a intervenção nela por parte do Governo.

A hora é grave e impõe-nos o dever de aproveitarmos, conscicnciosamente, o tempo.

Quero apenas frisar que não me movem intuitos políticos, nem pretendo nesta altura atacar o Governo por causa das medidas coersivas que adoptou.

O que porém repito ó que talvez tivesse havido um pouco de leviandade na forma como foram feitas as chamadas ao efectivo do exército.

Disse S. Ex.a que fizera a molilizaç.ão para poder dispor de gento bastante parn guardar as linhas e estações dos caminhos de ferro, pois não podia prever até onde iria o movimento.

Mas a 'verdade é que, para tal serviço, o Governo não precisava mobilizar a classe de 1918, da arma de artilharia, e ela foi mobilizada em massa.

Não é de uso confiar aos artilheiros a missão de vigiar as linhas, e eu, que percorri as linhas do Sul e Sueste, vi que nem um único artilheiro se encontrava a guardá-las.

Houve precipilayãu nessa mobilização, que acarretou grandes despesas para o Estado, inutilmente.

Tenho dito.

O Sr. Dias da Silva não reviu o seu «aparte».

O Sr. Augusto Dias da Silva:—Uso

mais uma vez da palavra, forçado pelas declarações do Sr. Lúcio de Azevedo* S. Ex.a, como bom Deputado governamental, fez afirmações que, certamente,, não faria, se estivesse bem ao facto de tudo quanto se passou, pois. não correspondem à verdade.

Disse S. Ex.a que os grevistas se manifestaram dês ordeiramente. Toda a Câmara sabe que assim não foi.

Toda a Câmara sabe que os ferroviários se reinaram em sessão magna, para discutirem os seus assuntos e estabelecerem o princípio da discussão da plataforma que lhes era indicada pelo Sr. Minis-tro do Comércio.

^Onde está a atitude desordeira da classe ferroviária?