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Sessão de 22 de Outubro de 1920

Eu julgo, Sr; Presidente, que as minhas palavras dirigidas ao Governo- são de todo inúteis, pela simples razão de que não existe de facto um Governo em Portugal.

,jPois pode, porventura, «admitir-se que continuem à frente das suas pastas Ministros que o chefe do Gabinete se vê obrigado a substituir para as íazer sobraçar por pessoas de competência?

£ Então esses Ministros, cujos nomes já vieram DOS jornais, não pedem ime"^ diatamonte a sua demissão?

Isto é verdadeiramente inacreditável, e . só SP pode díir em Portugal.

£ Como dirigir-me, pois, a homens tara insensíveis, com possibilidade de poder ser ouvido? o

E por isso que me não dirijo ao Governo, mas sim. ao Parlamento, tam exigente de formalidades sempre que se trata de qualquer medida de carácter económico, para que não deixe passar mais ©sta iniquidade sem nome, que outra cousa não é a proposta de crédito que se discute e que nem sequer ainda foi justificada. Tenho dito. •

O discurso será publicado na'integra, revixto pelo orador, quando restituir, revistas, as notas- taqulgráficas que lhe foram enviadas.

O Sr. Ladislau Batalha: —Sr. Presidente: disse ontem que esta questão dos 3:000 contos se vem arrastando e em verdade as dúvidas que ontem se suscitavam ainda não acharam .pronta, solução por parte do Sr. Ministro da Guerra. Fiz eu u-ma- pregunta interessante, isto é, se para se manterem ou para se guarnecerem, em nome da ordem as linhas. d;o caminho de ferro, não chegava o exército permanente que existia. S. Ex.a não nos soube ainda responder, de forma que, continua a subsistir no meu espírito a dúvida, se realmente as verbas fabulosas que os- orçamentos- inscrevem, para a manutenção do exército permanente, sito porventura do um significado transitório-, visto que, quando se chega a uma situa-yaítf em que-se torna preciso, capelo menos conveniente, guarnece^ tr$s ramos ou linhas não há exército suficiente o logo se resolve chamar reservas-,

Mas, o mais curioso é qno S. Ex<_ p='p' nas='nas' suas='suas' tani-='tani-' alegações='alegações' há='há' pouco='pouco' invocou='invocou'>

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bôrn a necessidade de só manter-a-prestígio, e & entrada desses soldados, afirma Si Exva, é necessária para mante-lo.

i Eu acho rialmente um paradoxo quoj para, manter o prestígio dos homens que trabalham, se ponham a seu lado- homens que não trabalham!

j Mas V. Ex.a,-que é pessoa de experiência, de bom senso e de observação, sabe muito bem que, até nas a-ldoias, nos casais^ onde> chega uma companhia de tropa, a prostituição aumenta!

Sr. Presidente: desde ontem que, dentro d'o Governo, penetrou, solenemente, a poesia, e o amor; por conseguinte, «gora ôs-te Governo tem a aealentá-lo o calor do amor, o calor da poesia.

Pois, eu peço licença', e chamo neste momento a atenção desta Assemblea para um documento quo vou ler, o que acubei de receber há pouco, visto que Ôle vem mostrar o que se tem feito e o que vale práticamonte esse prestígio que V. Ex.a, Sr. Ministro da Guerra, quero manter à outrance, contrariando os ferroviários, e pondo soldados a substituí-los nos seus lugaies,

O documento ao qual acabo de referir --nac, é um telegrama- do seguinte teor:

«-Arraiolos. — Depois de ser expulso da estação caminho ferro, Graça alferes mete em minha casa uma amante utilisando minha mobília e mais utensílios. Amanhã escrevo carta.—Neto, clieíe estação».

Aqui têm V. Ex.1"18 o que ó o prestigio quo o Sr. Ministro, da Guerra pretende impor na sociedade portuguesa., colocando soldados escalonados pelas linhas, ao lado de homens- honrados e de bem. Não- pode ser.

Eu digo que isso apenas leva a toda, a par.te a prostituição, e talvez, a esta hora-, já haja por ôsse país fora, muita filha desonestada paios ps-eudor-ina-ntenedores

i do prestígio nacional J.

! j Este esctindalo isolado, que a talho de

l fouce aqui tivo ocasião de trazer, repete--se, usual e freqíientemente, por Sssa país fora!

^E lançan-do mão desta gente, que

S. Exo% o Sr. Ministro "da Guerra, se

propõe manter o prestígio da autoridade?

Submeto às considerações de S. Ex.a,