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Sessão de 22 de Outubro de 1930

E preciso que haja um pouco de decoro.

O Governo, mandando pôr ao lado de cada ferroviário um militar, é que estimulou essa classe a ir para a greve.

É preciso ter muito cuidado quando se fazem afirmações que não correspondem à maneira como as cousas se passaram.

Não admira, porém, que o Sr. Aníbal Lúcio de Azevedo fizesse as considerações que pronunciou e que são bem próprias do ex-Ministro do falecido coronel Sr. António Maria Baptista.

O orador não reviu.

O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador, quando restituir, revistos, as notas taqtdgráficas que lhe foram enviadas.

O Sr. Ministro da Guerra (Helder "Ribeiro) : — Sr. Presidente : poucas palavras terei a acrescentar às considerações que já apresentei acerca desta proposta dum crédito de 3:000 contos para despesas de ordem pública.

Novamente têm sido repisados os mesmos pueris argumentos sob o ponto de vista como tem decorrido a greve dos ferroviários, pretendendo-se desmentir as perturbações que tal greve tem trazido.

O Sr. Ladislau Batalha (interrompendo):—Mas mostre-me V. Ex.a quais os actos de sabotage que se praticaram.

O Orador: — V. Ex.% se quiser pre-guntar, ouvirá dizer aos engenheiros e aos peritos quais foram ôsses actos de sabotage,' mas se pensa que os actos de sabotage sSo cousas que se trazem no bolso para mostrar aos circunstantes, desde já lhe declaro que as não trago aqui. (JRisos).

O Sr. Ladislau Batalha: — Os actos de sabotage que se registraram foram praticados pela incompetência do Estado, dos indivíduos que o Estado designou para substituir os ferroviários.

O Orador: — Só V Ex.a tem deste assunto os mesmos conhecimentos que manifestou quando aqui se discutiu a questão do exército permanente, combatendo

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rés, aconselho V. Ex.a a que se abstenha de falar neste assunto.

Trava-se diálogo entre o orador e o Sr. Ladislau Batalha.

O Sr. Presidente: — Peço ao Sr. La-dislau Batalha que não esteja constante-mente a interromper o Sr. Ministro da Guerra, que é quem está no uso da palavra. Desta forma a discussão não pode prosseguir.

O Orador: — Sr. Presidente: relativamente ao telegrama que o Sr. Ladislau Batalha leu à Câmara, comquanto eu desconheça a pessoa que o assina, pode S. Ex.a estar certo de que eu vou mandar averiguar o caso, e procederei como for de justiça com respeito ao uso que se deu à casa que pertencia ao ferroviário, em-quanto este esteve ao serviço^

O exército tem demonstrado sempre que é o primeiro a impor-se a si próprio, pela maneira como procede.

Pode ter-se dado um facto irregular e anormal, mas a sanção imediata da. lei cairá em quem o praticou.

O exército, embora S. Ex.a se irrite muito, ainda é um elemento que se impõe é que nos dá a todos a garantia de que as ideas que S. Ex.a vem aqui lançar, e .que bastante prejudiciais são, não hão-de converter-se na realidade prática.

Felizmente há em Portugal uma organização que a todos inspira confiança, pelo seu bom senso e dedicação à causa pública: o nosso exército. (Apoiados).

O discurso, revisto pelo orador, será publicado na integra, quando devolver, revistas, as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

O Sr. Presidente: — Vai votar-se. É aprovada a generalidade.

O Sr. Augusto Dias da Silva: — Re-

queiro a contraprova e in/oco o § 2.° do artigo 116.°

O Sr. Nóbrega Quintal:—Requeiro também a contraprova e invoco o mesmo parágrafo»