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SeasUo de 28 de Outubro de 1920

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se já uma vez, vendo-se aflito, mandou um rádio para o alto mar a proguntar se haveria por lá um navio carregado de trigo que se vendesse —e o navio apareceu, porque nós temos muita sorte — , que segurança havemos de ter do que quando cheguem os tais carregamentos não esteja com a corda na garganta e pronto a pagar tudo o que lhe exigirem?

Sussurro.

O Orador:—Rogo a V. Ex.a, Sr. Presidente, que peça h Câmara um pouco mais de atenção às minhas considerações.

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À ordem do Estado? Então era mais simples o Estado emiti-los quando precisasse.

A ordem de terceira pessoa?

Êtfses bilhetes do Tesouro são uma espécie de depósitos feitos no Banco Nacional Ultramarino, que os poderia utilizar como tem utilizado outros depósitos, vendo-se às vezes em embaraços para os pagar.

É por estas razões que eu tenho muita urgência, Sr. Ministro das Finanças, na publicação dos documentos e é por este motivo que eu, ansiosamente, vou todos os dias, três e quatro vezes, à Mesa pre-guntar pelos mesmos documentos.

Precisamos de saber estas cousas.

E preciso ver que há nisto a operação financeira separada da operação comercial, e eu pregunto

Têm qualquer lucro?

Dir-me-hão que, se ao Estado não convier o carregamento, pode abrir um concurso e aJjudicá-lo nas condiçõos mais favoráveis.

^Mas nesse caso o Estado terá de abrir dois créditos, mm correspondente à

adjudicação em concurso e o outro relativo ao depósito dos bilhetes do Tesouro?

E quem concorre nessas condições?

Estas cousas, que são muito misteriosas, preocupam a praça e o País.

Os bilhetes do Tesouro têm juro ?

Não'se sabe.

Dizem-me que terão l */4 por cento de juro.

Interrupção do Sr. Ministro das Finanças.

Trava-se diálogo entre o Sr. Presidente do Ministério e o orador.

Para o contrato do carvão não há nenhuma garantia bancária e para o trigo há a garantia de 100.0003!

O Sr. Ministro podo desmentir esta afirmação, que é muito grave, dizendo que não há tal garantia.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro da Agricultura (António Graajo) (interrompendo) : —V. Ex.a dá-me licença? — A economia:—diga-se assim — dessa operação consiste no seguinte : — Como V. Ex.a sabe, até agora o Governo tem adquirido o trigo mediante propostas que são examinadas por uma comissão.

Uma-voz: — As vezes. . .

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro da Agricultura (António Granjo): — Efectivamente, às vezes, e por virtude da urgência na aquisição — e isto tem-acontecido com todos os Ministros da Agricultura— não é possível fazer levar as propostas ao exame dessa comissão,