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Sessão de 28 de Outubro de 1920

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O Sr. Presidente do Ministério e Ministro da Agricultura (António Granjo) (interrompendo) : — V. Ex.a dá-me licença?

Eu devo dizer que., para controlar o preço dos trigos e a marcha dos contratos, foi nomeado o Sr. Santos Lucas. Se porventura esse delegado do Governo tiver conhecimento °do que ó possível obtê-lo noutra parte por melhor preço, em melhores condições, quer em época de entrega, quer no peso específico, co-municá-lo-há, e eles são obrigados a comprá-lo nessas condições.

Trava-se diálogo entre o orador e o Sr. Presidente do Ministério.

O Orador: — Sr. Presidente: eu não li o contrato dos trigos, mas posso afirmar à Câmara que nele não está aquilo que diz o Sr; Presidente do Ministério, ò digo-o porque a minha inteligência diz-me que com certeza isso não está lá escrito.

O Sr. Presidente do Ministério e Minis? tro da Agricultura (António Granjo):— E o que se chama a formidável coragem de afirmar.

O Orador: — Só me bastava seguir o exemplo de V. Ex.a, mas acredite que, nesse ponto, não quero ser seu discípulo.

Trava-se diálogo.

Eu peço à Câmara que tome nota da minha extraordinária coragem de afirmar, isto é, de ter dito que a informação dada pelo Sr. Presidente do Ministério é menos exacta; por falta de conhecimento de causa. Se assim não for, a Câmara que me castigue, dizendo-me que não torne a ter a ousadia de fazer afirmações de ânimo leve. .

Aparte do Sr. Presidente do Ministério.

O Orador:—

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro da Agricultura (António Granjo): — A mercadoria só é pagã depois de roce- j bida, e por isso, em principio, não havia l garantia nenhuma a exigir. No emtanto, i podendo dar-so o caso de ser má a quali- j !o trigo ou de aão ser o mesmo o i

peso específico, havendo, por conseguinte, prejuízo para o Estado, exigi, devido a essa eventualidade, uma caução de 200 contos.

O Orador: — Bem. Dizia eu a V. Ex.a, Sr. Presidente do Ministério, que...

O Sr. Presidente: —Tem V. Ex.a apenas cinco minutos para concluir as suas considerações, se não desejar ficar com a palavra reservada.

O Orador: — Deixe-me V. Ex.a concluir o meu pensamento, e ficarei com a palavra reservada para a próxima sessão.

Já ficámos sabendo alguma cousa. Sabemos que uma parte dos depósitos são feitos no Banco Ultrairiarino por associados e amigos das casas que fazem os contratos.

Sabemos que, mediante esses contratos, podem levantár-se numerários na praça. Sabemos que o Sr. Ministro das Finanças está disposto a dizer ao Banco de Portugal que aumente a circulação fiduciária pa.ra operações como estas que apontei.

O Sr. Presidente: cença?

-V. Ex.a dá-me li-

O Orador:—Perfeitamente, Sr. Presidente. Fico com a palavra reservada.

O discurso será publicado na integra, revisto pdo orador, quando restituir, revistas, as notas taqiágráiicas que lhe foram enviadas.

O Sr. Presidente do Ministério não reviu as suas interrupções.

Foi lido na Mesa o parecer sobre os processos eleitorais de Alcobaça e Santarém.

O Sr. Presidente: — Comunico à Câmara as seguintes substituições na comissão de legislação criminal: os Srs. Alberto Vidal e Martins de Paiva para substituírem os Srs. Rebolo Arruda e Salgueiro da Cunha.

A próxima sessão ó amanhã à hora regimental, com a seguinte ordem de íra-halhos: