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por períodos trimestrais com a liquidação de 25°/o desses dois terços na ocasião de cada reforma.

Em relação ao regime actual, e até me provarem o contrário, considerarei isto como bastante vantajoso.

Dirá V. Ex.a —mas quem adianta o dinheiro é o Estado. — Não é verdade, visto que o Estado simplesmente faz uma emissão de bilhetes do Tesouro correspondente ao custo do trigo que se julga necessário.

O Orador:—Mas quando se faz essa emissão ?

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro da Agricultura (António Granjo):— Faz-se já.

O Orador: — E onde se_depositam esses bilhetes do Tesouro? — ;D:ga-o V. Ex.a. diga-o V. Ex.a, que em três palavras tudo se esclarecerá!

O Si*. Presidente do Ministério e Ministro dá Agricultura (António Granjo): — O que é necessário ó quo V. Ex.as me deixem pronunciá-las.

Os bilhetes do Tesouro são depositados, sem juro, no Banco de Portugal e no Banco Nacional Ultramarino. • '

Apartes.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro da Agricultura (António Granjo): — Então o Governo é que faz os depós;tos e o Banco de Portugal e o Banco Nacional Ultramarino haviam de dispor desses depósitos sem ordem do Governo?! Esses Bancos estão apenas autorizados a fazer os pagamentos conforme- forem chegando os carregamentos, de outra forma, haveria um inadmissível abuso.

O Orador: — Os bancos usam dos depósitos até a um certo limite, o quo são é responsáveis por eles. (Apoiados).

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro dá Agricultura (António Granjo): —

Diário da Câmara dos Deputados

Estes Ministros, como despresívelmcnte V. Ex.a os trata, tf>m a consciência de que conseguiram uma vantagem mais do que apreciável.

O Orador: — £Mas nesse caso porque não se vão -emitindo os bilhetes do Tesouro à medida que se vão fazendo os fornecimentos ?

O Sr. Ministro das Finanças (Inocêncio Camacho) (Interrompendo):—jÉ porque sem o endosso não os descontam!

O Orador: — j Ora aí está, o que é preciso é que os descontem!

Se estivéssemos no tempo da Inquisição, o Sr. Júlio Dantas, actual, Ministro da Instrução, teria dito...

o

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro da Agricultura (António Granjo) (Interrompendo) : — O que eu quero é que primeiro me demonstrem que o contrato não traz vantagens para o Estado, e em segundo lugar que ele podia ter sido em melhores condições.

O Orador: — Eu não quero contraditar

0 Sr. Ministro, que é um jurisconsulto distinto, e que em virtude das suas funções oficiais é há pouco tempo um agricultor, mas em questões de finanças não percebe nada.

Eu não quero acusar aqueles homens 'que além sd sentam de crimes, mas quero acusá-los de erros.

V. Ex.as sabem que a mecânica dos créditos é muito complicada.

Desde o momento em que os homens •não pudessom oferecer um preço tão convidativo como outros, desde o momento em que eles se comprometem a financiar a operação. . .

Aparte do Sr. Presidente do Ministério.

O Orador : — Keparem V. Ex.as que este

1 á/2 dá bem a nota. ^ Então porque é que não se põe no contrato esta pequena clausula : os senhores ficam obrigados a financiar esta.openição, porque têm os lucros?