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de falta de serenidade. Pois engana-se S. Ex.a Tenho unia, serenidade absoluta, e lamento que S. Ex.a não esteja presente, para quando eu aprecie minúcia por minúcia o célebre contrato dos carvões. Desejava-o presente para, observando o rosio de S. Ex.a, poder verificar se era capaz de manter aquela serenidade que eu mantenho acusando-o.

N ao está o Sr. Ministro das Finanças e isso é mais do que uma fuga.

Respondeu íS. Ex.a a algumas acusa coes, acumulando palavras sobre palavras. Palavras, palavras, pulavra,s, e mais nada. E palavras sem método, ideas sem nexo, ideas sem ligação, palavras que nem ao menos tiuham a digmticá-las um pouco de gramática.

Não explicou S. Ex.a por que estranho mistério, tendo nós um Ministro da Agricultura, um Comissariado de Abastecimentos, nos aparece um Ministro das Finanças a pedir contratos.

Dir-me há'V. Ex.:i que foi em Londres que fechou o do carvão; respondo a S. Ex.a que não era preciso ir até Londres, para fechar esse contrato, porque negociou com intermediários portugueses não aparecendo um único estrangeiro metido nesse contrato. Os negócios que S. Ex.a fez em Londres podia tê-los feito na praça em Lisboa. Aquilo que por aí se fantasia a propósito da viagem de S. Ex.a a Londres é um puro blaf.

Pode ser que em Londres, entre um cálice de cot/wacedoisdedos de conversa, se estabelecessem bases para alguns contratos, mas não era necessário lá ir porque eles são feitos com entidades portuguesas, com intermediários portugueses; não são daregedoria do Sr. Ministro das Finanças, são da regedoria do Sr. Gomis sário dos Abastecimentos, ou quando muito, do Sr. Ministro da Agricultura. Por que estranho mistério aparece o Sr. Ministro das Finanças a substituir-só a eles, e a dar-nos leis sobre abastecimentos? Porque estranho mistério aparece o Sr. Ministro das Finanças a dizer que foi ele quem lançou as bases sobre o regime da moagom ! Parece que um dita dor surgiu no Ministério a impor leis sem consciência, e digo sem consciênci: sob o ponto de vista do conhecimento per feito dos interesses do Estado, não sã bendo acautelá-los devidamente.

Diário da Câmara, dos Deputados

Na antevisão de outros negócios que se divisam ao longe, e, segundo se depreende das palavras do Sr. Ministro da Agricultura, na íintevisão de contratos sobre irroz e bacalhau, e ainda na antevisão de monopólios de pesca, eu quero que se ponha um truvào a todos esses contratos •uínosos, feitos sem conhecimento de causa, sem defeza dos interesses sagrados do 1'íiís, feitos com- amigos à porta fechada e sem aquelas condições que eu dibse que rain primaciais para a defesa dos interesses da República.

Perguntei a IS. Ex.a: ^.dispensou os con-;ursos, negociando directamente com A. ou B.? Porquê? Que vantagem lhe deu A. ou B. para dispensar as vantagens do concurso?

Anunciaram os jornais que o Governo não tinha de ir à praça comprar cambiais para a compra de trigo, pensando assim que levariam atrás de si a opinião pública. Outros jornais, porém, diziam o contrário, e referindo-me aqui na Câmara a algumas das cousas quo diziam esses jornais, obtive como resposta do Sr. Ministro das Finanças o seguinte: não, não tenho de desmentir o que dizem esses jornais, porque não tenho de desmentir as mentiras que se publicam. Mas, Sr. Presidente, tendo eu lido no jornal A Situação, as bases sobre o contraio dos carvões, e tendo-me sido respondido daquele lugar que essas bases não erarn verdadeiras, prova-se agora com a publicação desse contrato, quo tudo quanto aquele jornal tinha dito era verdadeiro.

Eu preguntei ao Sr. Ministro das Finanças se havia comissão, e foi-me dito que essa comissão não existia.

Pois não era verdade, pelo que se vê do jornal que transcreve o contrato. Porquê?

Disse eu que se houvesse alguém que tivesse ouro lá fora, esse alguém poderia comprar o carvão e dar-se-lhe o monopólio da venda desse produto.

Era um negócio, ora um contrato.

Mas o que se vê é que o Estado é que habilita o comprador, e que, se não fosse o Estado, ele não dispunha de cinco réis.

Vão dar um monopólio a uma criatura que não dispõe de dinheiro, e sem o Estado tirar uma única vantagem!