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Sessão de i de Novembro de Í020

Numa sessão da Câmara dos Deputados de então, o Sr. João Arroio falou durante dois dias e uma noite atacando uma proposta do então Ministro da Fazenda, Mariano de Carvalho.

O secretário do Ministro, Pereira Carrilho, que tinha estado a tomar apontamentos, informou o Ministro do que se passara e este, pedindo a palavra para responder ao Sr. João Arroio, disse que seria breve porque não gastaria muito tempo a defender unia cousa que já tinha sido defendida eloquentemente, durante duas sessões, pelo Sr. Deputado, e apenas havia unia diferença: —é que o Deputado tinha feito a conta ao ano e ele, orador, ao semestre.

Ora eu não encontro forma de ser mais gentil para com o Sr. Cunha Liai do que parafrasear o ilustre estadista Mariano de Carvalho.

Como não tenho tempo para concluir as minhas considerações, peço a \T. Ex.a para ficar com a paJavra reservada.

L- discurso será publicado na íntegra quando o orador haja devolvido as notas taquigráficas. 1

É lido o seguinte parecer da l* co- '. missão de verificação de poderes, refe- \ rente à eleição de Ponte do Lima: \

Senhores Deputados.— A l.a comissão j de verificação de poderes foi presente um j ofício do presidente da Câmara Municipal \ de Ponte do Lima, sede do círculo eleitoral n.° 2, que acompanhava uma cópia da acta de apresentação de candidaturas para a eleição suplementar de um Deputado pelo referido círculo.

Pela referida acta verifica-se que só o cidadão' bacharel João Teixeira de Queiroz Vaz Guedes apresentou a sua declaração de candidatura nos termos da lei.

Em harmonia com o disposto no artigo 18.° da lei n.° 314, do l de Junho de 1915, a l.a comissão de verificação de poderes proclama Deputado da Nação pelo círculo n.° 2 o cidadão João Teixeira de Queiroz Vaz Guedes.

Sala das Sessões, 4 de Novembro de 1920.— Artur Camacho Lopes Cajado-só—José António da Costa Júnior— Custódio Martins cie Paiva.

O tír. Gosta Ferreira:—Sr. Presidente: desejo chamar a aíençSo do Sr. Pró-

sidente do Ministério para o seguinie facto :

Acabo de saber que para administrar o concelho de Oliveira do Bairro, no distrito .de Aveiro, foi nomeado um dos poucos monárquicos que ainda ali existem, sendo bastante para estranhar que sobre estas nomeações se não consultem os republicanos locais quando é certo que o Governo se não cansa de dizer que precisa do apoio de todos os republicanos.

E deveras lamentável que esta consulta se não tenha feito, e que o Sr. Ministro do Interior tenha confiado apenas no governador civil do distrito, que está praticando as maiores injustiças, em constante conflito com os republicanos dedicados, ou no seu substituto, que énirn ferrenho dezembrlsta.

O Sr. Barbosa de Magalhães: — Para Castelo de Paiva sei eu que está nomeado um monárquico que íeve um processo no Porto, e que em Aveiro ainda tem um outro pendente do tribunal do indemnizações.

O Orador: — Desejo, pois. pregnntar ao Sr. Presidente do Ministério se esta nomeação será mantida e se nós, republicanos, poderemos estar tranquilos em concelhos onde as autoridades são monárquicas.

O indivíduo nomeado faz parte do reduzido número de monárquicos — três, se tanto! — que existe em Oliveira do Bairro, não se compreendendo que o Sr. Ministro do Interior tenha ido nomear uma autoridade monárquica justamente para o concelho mais republicano do País. Ou S. Ex.a se resolve a enveredar por outro caminho, ou os republicanos terão de adoptar uma at;tude consentânea com as ciicunstâncias que lhes criam.

Se o Governo quere viver com os monárquicos, que viva com eles, mas então não procure o apoio dos republicanos, fazendo todos vida bem à parte.

Vozes:—Muito bem. O orador não reviu.