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Sessão de 4 de Novembro de 1920

O Sr. Júlio Martins (paraexplicações*— Sr. Presidente : pedi a palavra para explicações em virtude das palavras proferidas pelo Sr. Presidente do Governo ao terminar o seu discurso.

Não vou nesta altura, mas fa Io hei quando me inscrever, apreciar os contratos-do carvão o do trigo; o que estranho é quó o Sr. Presidente do Governo numa espéòie de sermão do lágrimas, impondo à consideração da Câmara o Sr. Ministro dás Finanças, pelo qual nós até hoje temos tido a maior consideração, o cuja hó-nOrabilidade, ainda quando ela já anda na imprensa publicamente, nós ainda aqui não trouxemos.

Estranho que o Sr, Presidente do Governo increpasso' um' partido pelo facto de discutir,,no uso completo dum direito, à face de contratos, um dos quais-ato só um membro do Governo assina sem consideração pelo Parlamento e pela República.

Estranho que o Sr: Psesideute do Governo viesse lançar essa nota sobre uma discussão que dovia correr inteiramente noutros moldes.

Nós, como partido, não temos os favores da imprensa que V". Ex.a tem. O quê aqui dizemos quási fica em silêncio; e, pelo contrário, essa grande imprcrisa está sondo órgão das afirmações do Governo. Temos o direito completo e absoluto de publicar a nossa maneira de ver ern documentos que possamos lançar à circulação.

r\ Ondo está aí a falta de consideração para com o Governo e para com a República?

Tem-se dito nos jornais, sem que até hoje se chamasse ninguém à responsabilidade dessa afirmação, que esses contratos foram feitos à porta fechada; ora nós queremos abri-la, esclarecendo o público.

Diz o Sr. Presidente do Governo: as bases são falsas1, as conclusões são falsas, mas S. Ex.a está há dois dias a fazer a-apologia dos contratos e acaba por reconhecer quo eles precisam ser esclarecidos om virtude das considerações apresentadas pelo Partido Republicano Popular.

S. Es.a devia começar por derruir as-afirmações feitas por Oste lado da Câmara, mas até hoje elas estão de pé»

Não nos venha S. Ex.a falar ao republicanismo do Sr. Inocêncio Camacho, dizendo que é maior que o nosso.

Se S. Ex.a teve um lugar primacial na propaganda da República, se fez parte do Directório, ,s,e S. Ex.a é um grande republicano, não são as qualidades republicanas de S. Ex.a que se estão a discutir dentro destes contratos. Não me importa isso. Todos os parlamentares que aqui se encontram amam a, República, todos os parlamentares que, se encontram nesta casa não vão discutir esses contratos com as suas qualidades de republicanos, mas com as suas quedidades do inteligência e à face das cláusulas.

Portanto, Sr. Presidente, se o Sr. Ministro das Finanças não tem falado até hoje, é porque S. Ex.a não quis. S. Ex.a podia inscrever-se, e até talvez tivesse sido mais conveniente falar antes do Sr. Presidente do Governo.

O Sr. Cunha Liai nada mais fez do que publicar as impressões do Partido Republicano Popular,

Com isto se esclarece a República e se demonstra que trabalhamos, e estudamos e interpretamos os contratos conforme a nossa inteligência.

O que dizemos" no Parlamento deve ser ouvido lá fora. e. apesar de certa imprensa defender estes contratos; nós também faremos a publicação das noSsas ideas.

Este contrato, como temos provado pela discussão que temos foito, é um contrato ruinoso. (Apoiados}. (Não apoiados r

Digam o que disserem os que nos contraditam, havemos de prová-lo planamente a todo o povo republicano, sem nos importarmos corn as qualidades republicanas do Sr. Sr. Ministro das Finanças e do Sr. Presidente do Ministério.

Tenho dito.

O discurso será publicado na íntegra quando o orador haja devolvido as notas taquigráficas.

O Sr. Augusto filas da Silva: — Sr< Presidente: começo por ler a minha moção:

Moção