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tância, ó o seguinte: Imaginem V. Ex.as, Sr. Presidente e Srs. Deputados, que substituíamos a Comissão do inquérito ao Extinto Ministério dos Abastecimentos.

; Formulando a hipótese de que nesta Câmara havia quom assim pensasse, cal •culein V. Ex.as o efeito moral que tal fticto lá fora produziria!

Haveria logo quem dissesse que n ao •queríamos esta comissão, porque os factos que foram trazidos ao domínio público podiam suscitar certas suspeitas críticas.

Bom ou mal, os factos foram trazidos ao domínio do público e terão de ser analisados por todos.

Seria bom, porém, que fôssemos cautelosos 110 prosseguimento deste assunto, para não haver mais desgostos.

A imprensa não explorará o caso, agravando as pessoas que foram atingidas. Desde que assim é, e desejando liquidar com honra este assunto, aguardemos que a actual comissão de inquérito apresente o resultado dos seus trabalhos, dando lhe o tempo suficiente para o fazer. Ela não os demorará.

Sobre a comissão pesa uma grande responsabilidade. Desde que a questão foi trazida ao Congresso não pode ser de-rimida sem que ela complete os seus trabalhos. E Oste o melhor caminho. Estou •convencido do que com serenidade poderemos averiguar tudo.

Faço votos para que não surjam novos .desgostos e para que a República não sofra na. sua intangibilidade dignificadora .pel» desacerto dos homens.

E admitida a moção do Sr. António Jíaria (Já Silva.

O Sr. António .Maria da Silva: — O re-

•qu 'riinento feito pelo Sr. Sá Pereira não tem outro intuito que não seja o que ex-rpressamente traduz.

Não há. intenções reservadas, eu fui

Diário da Câmara dos Deputado*

bem expresso o claro nas minhas considerações.

Ao Sr. Queiroz Vaz Guedes já eu tinha dito que a comissão do inquérito não podia descansar um segundo sequer emquanto não completasse os seus trabalhos, porque, se já tinha obrigação de o fazer, com maior soma do razão agora, visto que, depois do que aqui se passou, não pode já ter sossego nenhum de nós, que não apenas os visados.

Simplesmente, Sr. Presidente, eu não posso concordar com que se pretenda transformar a Câmara em juiz. Isso ó que não posso tolerar, porque quem tem de derimir o pleito são os tribunais.

Admitindo, Sr. Presidente, que os documentos vêm para a Câmara, e a isso me não oponho eu, ôles terão de voltar para quem de- direito, que é a comissão de inquérito, porque, repito, jião dou. a ninguém o direito do.converter a Câmara num tribunal de investigação.

A Câmara delegou na sua comissão c não podemos retirar essa delegacia sob pena de nos sujeitarmos a todas as sus-peições.

Pode a Câmara, querer detalhes, pode querer vor o» depoimentos escritos para averiguar se houve da parto do Sr. Vay. Guedes, não digo qualquer propósito de falsear o sentido do que foi declarado, mas qualquer falha de memória ou erro de interpretação.

Isto, porém, não será para voltarmos a tratar aqui numa larga discussão tani delicada questão sob o ponto de vista político e moral.

Esses documentos terão de voltar para a comissão, não devemos arripiar caini-| nho, porque só essa comissão pode mandar os criminosos, se os houver, para os tribunais. De contrário, estaríamos nós a substituir a estes, o que não pode ser, para dignidade do ^Parlamento e até das pessoas inculpadas.