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proceder à reorganização desses serviços, l porque, estando o assunto dependente da j resolução do Parlamento, tudo que eu fizesse seria criar mais elementos de confusão e anarquia.

Por isso eu venho aqui hoje, mais cedo do que o meu hábito, para pedir à Câmara que o mais urgentemente possível se pronuncie sobre este assunto, dada a sua importância o a situação actual, que, repito, não se pode manter.

Tenho dito.

O oraior não reviu.

O Sr. João Camoesas : — Sr. Presidente : pedi a palavra, estando presente o ilustre titular da pasta do Comercio, para abordar um assunto duma certa delicadeza e qu3 pode afeitar um dos ramos da administração pública mais importantes. Apesar do carácter vago em que o vou pôr, afigura-se-me que ele deve merecer inteira consideração por parte de V. Ex.a e da Câmara. . l

Correm, nos centros da cidade onde as operações das oficinas metalúrgicas são conhecidas, os mais extraordinários e in-sistontcc boatos acôrca dos fornecimentos aos Transportes Marítimos do Estado. Assim, se diz que há nesses fornecimentos circunstâncias em que se fazem lucros, se lucros só pode chamar, de vinte vezes mais do custo dos objectos forneci- j dos.

Vozes: — Isso é gravo!

'Õ Orador:—Circulam estes boatos de | tal forma insistentemente que eu entendi' dá minha obrigação, como Deputado, tra-zê-los ao conhecimento da Câmara e do Sr. Ministro do Comércio, sem todavia, de maneira' nenhuma os perfilhar, porque me repugnou sempre perfilhar, de ânimo leve, boatos ou afirmativas que'envolvem .a honestidade "de qtiem quer quê seja. Mas a insistência com que eles eòrièm leva-me a pedir ao Sr. Ministro do Comércio e 'à Câmara. qile os 'Considere, para 'que, só 'eles 'se traduzirem em certeza, 'seia"adòjp'tad1o o rigofòsò critério que seníêlhantes cfásos comportam. O orador não reviit.

O Sr. Sá pereira: — \ O que *rté aqui não se tem feito!

Diário da Câmara aos Deputados

O Sr. Ministro do Comércio (Velhinho Correia): — Sr. Presidente : ouvi^ com a maior atenção as considerações do ilustre Deputado Sr. João Camoesas, e tenho a dizer a S. Ex.a que vou mandar proceder imediatamente às investigações necessárias para esclarecimento da verdade.

Também ouvi um aparte dum outro Sr. Deputado, dizendo que até aqui não se têm tomado providências tendentes a punir e castigar factos da natureza dos apontados. Devo dizer a V. Ex.1"1 e à Câmara que não mo acusa a consciência, nem no exercício 'do cargo que ocupo agora, nem no exercício do qualquer outro cargo, de ter sido benévolo para indivíduos que tenham praticado actos dessa natureza. Sempre que factos concretos me são presentes, eu tenho procedido com a máxima energia, no intuito de sanear os serviços público?, e de punir aqueles que são responsáveis por faltas dessa qualidade.

Tenho ainda a dizer a V. Ex.a,' Sr. Presidente, e à Câmara, que não ignoro que os Transportes Marítimos do Estado devem quantiosas somas a algumas fábricas metalúrgicas, u qur lenho proeura-do por mais de unia vez, mesmo perante a minha pessoa, esclarecer a situação dos Transportes Marítimos do Estado.

Fui um dia propositadamente examinar a escrita e a conclusão a que cheguei — dolorosamente registo— foi de que a escrituração dos Transportes- Marítimos do Estado não está montada om termo» de soguir por maneira a traduzir a administração daquela instituição.

Dir-me hão agora: que providôíieias tomou?

Nomeei tona comissão de inquérito p a rã examinar toda a escrita.

Como disse examinei a eserita; vi muita cousa escrita, mas a verdade* ó q\i© nada se fazia pelos métodos seientíficos seguidos om qualquer administração devidamente organizada.

Chamei o guarda-livros o dei-lhe um. prazo para arrumar a escrita por menéi-i'a a"poder-se tirar um balanço e fazer-se "um 'relatório da gerência. /Terminou ês;so prazo e o guarda-livros ! não deu as -contas devidamente.