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gessâo de 9 de Novembro de 1920

tain todos os esclarecimentos no sentido em que aqui os apresentei.

O Orador: — Se assim for, far-se há pela primeira v»;z no nosso país um contrato em que todas as partos estarão de acordo e com isso todos nós teremos que congratular, tendo V- Ex.;l, pelo menos, um lenitivo para a sua dor que o levou a, nesta casa do Parlamento, protestar contra as suspeições que porventura se estavam fazendo cm redor dos contratos. Não, Sr. Ministro das Finanças, é necessário que o escrevam,-não só aquilo com que o G-ovôrno já está de acordo, mas ainda muito mais. Disse V. Ex.a que este contrato não representava um monopólio, mas, se nele se não pusessem muitaô e muitas palavras que lá não estão e se se não modificassem muitas outras, os efeitos seriam precisamente os mesmos.

Direi que, realmente, têm razão os que afirmam que o Estado conquista uma vantagem liquidando o trigo a seis meses em vez de a pronto. Essa é uma vantagem intuitiva e tam clara que quem saiba um pouco de aritmética o aprende sem esforço.

Sr. Presidente: não tendo o Estado necessidade, pelo menos neste ano cerealífero, de adquirir 200:000 toneladas de trigo e sabendo-se até, por confissão do próprio Grovêrno, que bastam 100:000 toneladas, é legítimo supor que os fornecedores definirão uma parte dos forneci mentos para quando os preços sejam mais favoráveis para os seus interesses. Realmente, numa parte do mercado americano os preços já não são os mesmos da ocasião da colheita. E a luta do trigo da Argentina com o dos Estados Unidos.

Pode-se bem calcular que os ganhos para os contratos dos trigos e dos car-.vões não irão a menos de 12:000 a 14:000 contos. Há, por consequência, margem suficiente para pedirmos às firmas contratantes que se limitem um pouco mais nos seus lucros, para que o Estado tenha também algumas vantagens.

É necessário precaver o Estado contra toda e qualquer extorsão, porque eles querem comer todos e quando não podem zangam-se.

Eu, Sr. Presidente, se fosse vingativo, teria nesta hora a maior das vinganças.

Mas não! Confrange-me ver a siíua-

cão que nos obrigou a consumir algumas sessões, e coloco-me ao lado dos homens da República para lhes dizer que emendem o contrato, para que se não diga que a República, segue os mesmos processos da monarquia.

Sinto-me magoado por tudo quanto lá fora se tem dito e, sobretudo, pelo que se não tem dito.

Unamo-nos, mas para isso é indispensável que não fique desta discussão qualquer agravo ou ressentimento pessoal.

Não nos dividamos, porque a hora é grave e necessita do esforço de todos nós. É preciso que nos não esqueçamos de que a cada homem da República que cai o regime se esfacela e desprestigia.

Vozes:—Muito bem.

O discurso publicar-se há na integra, quando forem devolvidas, revistas pelo orador, as notas taquigráficas.

Antes de se encerrar a sessão

O Sr. António José Pereira: —Pedi a palavra para chamar a atenção do Sr. Ministro das Colónias para um caso que diz respeito à Escola Colonial de Lisboa.

Por uma lei votada no Parlamento foi o Governo autorizado a remodelar não só os serviços do Ministério das Colónias, mas ainda os estabelecimentos escolares sob a sua dependência.

Nesta conformidade o Sr. Ministro das Colónias está disposto, segundo me informam, a reformar a referida Escola de forma a que, de futuro, ela possa corresponder ao fim a que foi destinada.

Consta-me, porém, que se vai abrir concurso para o preenchimento dalgurnas vagas de professores, o que se me não afigura razoável emquanto se não proceder à projectada e necessária reforma dessa escola.

Espero, por isso, que o Sr. Ministro das Colónias, tomando na dovida consideração o que acabo de expor, se apressará a mandar suspender o concurso em questão.

O orador não reviu.