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E preciso que neste país e no regime republicano em que os nossos inimigos querem atirar, para cima de nós. a lama que eles tinham quando administravam os bens públicos, governando o país, não permitamos que essa lama seja arremessada contra nós. É preciso que essa lama se não nos pegue, e que seja repelida absolutamente. Estou de acordo com o Sr. Leio Portela, quando diz que não basta ser honrado ô preciso parecê-lo,

O Sr. Ministro disse que no contrato estava consignado que o trigo a importar devia ser do que se consumisse no mercado de Londres.

Vários países têm-se visto muitas vezes coagidos, por circunstâncias especiais, principalmente a Inglaterra, a ter de consumir trigo de baixo peso específico, pelo que me parece que o trigo de 65$ pode ser consumido em toda e qualquer parte do mundo. Não era esta a resposta quê eu esperava do Sr. Ministro da Agricultura, mas em todo o caso ela foi dada, e S. Ex.a admitiu o peso de 77 e eu podia admitir 75, pois que a farinha não deve ser extraída do trigo, superior ao peso especifico.

Já em tempos aqui houve uma discussão idêntica a propósito de trigos, e devo dizer a V. Ex.as que a minha única preocupação foi adquirir sempre trigo nas melhores condições.

Já me referi também ao caso dos títulos do Tesouro só vencerem juro, depois de decorridos seis meses.

Resta-me nesta altura, já que estou a falar da parte comercial do assunto, dizer alguma cousa em resposta a uma afirmação produzida polo Sr. Ministro das Finanças no que diz respeito ao sistema até agora seguido para adquirir trigo, e fazer uma pequena referência a uma afirmação produzida pelo Sr. Presidente do. Ministério, mais duma vez, e que tem sido deixada para não acalorar a discussão.

Refiro-me á declaração de S. Ex.a, dizendo que o deixaram com trigo para cinco dias.

Sr. Presidente: devo dizer que o Sr. Ministro da Agricultura, nessa ocasião, alguma cousa fez, alguma cousa tratou, e não tem culpa nenhuma de que fosse adquirido trigo, pelo preço por que foi adquirido, pelo Ministério da presidência

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do Sr. António Granjo. Parece que d Sr. João Gonçalves está presente, e sondo a pessoa a quem me refiro, certamente S. Ex.:i dirá alguma cousa de sua justiça.

Não quero intercalar qualquer outra discussão mas, em todo o caso, tenho o direito de dizer que o País está sentenciado a perder alguns milhares de contos por ano, se se mantiver um sistema diferente daquele que tinha adoptado o Ministério da minha presidência.

Nesse Ministério estabeleceu-se, para facilitar as compras de trigo novo, um determinado preço por quilograma, superior aos anteriores.

Alterou-se o preço do pão, para facilitar a aquisição do trigo português, diminuindo-se a diferença que havia entre o preço do trigo nacional e o exótico, com vantagem para a lavoura nacional, e di-minuíu-se também a diferença que havia no custo do trigo, em relação ao que o Estado pagava à moagem, para que ela produzisse farinha nas condições em que tinha sido decretado.

Mas essa vantagem tem de entrar nos cofres do Estado e não servir à moagem para aumentar os seus lucros.

A moagem tem ganho muito, mas a panificação ainda mais.

Um dos argumentos apresentados pelo Sr. Ministro das Finanças ó que não se costumava comprar o trigo na hora própria, devido às dificuldades com que lutava o Estado para abrir crédito.

Aproveitava-se a falta de crédito, para extorquir ao Estado quantias enormes na aquisição do trigo exótico.

Portanto uma das vantagens deste contrato é o Estado dispor de trigo na ocasião oportuna.

Devo observar a S. Ex.a que, se o Estado foi muitas vezes prejudicado pelos seus fornecedores, a culpa cabe um pouco ao Poder Executivo e à maior ou menor atenção com que. o Parlamento tem olhado este assunto.

No Ministério de que fiz parte, as duas pastas—finanças e agricultura — combinaram-se de maneira que o Estado não tivesse Gsse prejuízo.

Consistia essa providência em os fornecedores apresentarem as suas propostas d© trigo, devidamente caucionadas.