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Quero referir-mo ao sindicalismo inte-gralista, que se baseia numa doutrina an-ti-liberal, de subordinação de todos os valores ao rei.

Temos ao. lado o sindicalismo católico, que procura a realização do imperialismo que caracteriza a organização católica como seu esforço superior.

Tudo é feito no mesmo meio; tudo é feito pela adopção dos mesmos processos sociais, mas cada um deles tem objectivo e finalidade diferente, e até antagónica. E digo antagónica porque emquanto o' sindicalismo do tipo francês tende à soberania do trabalho, à subordinação de todos os outros valores a esse valor, o sindicalismo integralista pretende a soberania absoluta do rei e o católico quere a da igreja romana nas mesmas condições.

• Se isto é assim no campo das doutrinas, não admira que no campo da acção encontremos falsos sindicalistas, colaborando com o velho inimigo dos que com-b"atem com um intuito de satisfazer reivindicações quási sagradas.

Por consequência o argumento invocado, de que muitos operários se encontram sem trabalho por motivo de absorção por parte do Estado dos recursos económicas de certas empresas, não pode de ma-' neira nenhuma ser tomada em consideração, nem dentro do ponto de vista da doutrina, nem dentro do ponto de vista do facto.

Para reforçaras minhas conclusões, pelo que diz respeito à segunda parte do meu argumento, direi quo, segundo corre, por vezes se chegou a arrebanhar gente, sem categoria profissional, com o fim de se mandar para.dentro dos navios, onde • se simulavam reparações, para no futuro se pagar o sen valor.

Para averiguar a veracidade deste facto deve-se ordenar um inquérito rigoroso e imparcial.

Assim se verificará se o que se deve é o que se vai pagar.

Desta maneira podemos esclarecer a nação na defesa dos interesses comuns, que são a defesa dos interesses do Estado, pois que todos os portugueses devem desejar que se faça luz neste capítulo.

O Sr. Ministro das 'Finanças (Inocêncio Camacho): — Sr. Presidente: requeiro que

Diário da Câmara do» Deputados

a proposta de lei em discussão 'faça parte da ordem do dia da sessão seguinte. Foi aprovado o requerimento do Sr. Ministro das Finanças.

O Sr. Presidente:—Estão presentes 70 Srs. Deputados.

Está a acta em discussão.

Foi aprovada.

Foi aprovada a urgência para as propostas dos Srs. Ministros da Justiça e das Finanças.

Pedidos de licença

Do Sr. João Estêvão Águas, 10 dias. Do Sr. Pires do Carvalho, l dia. Concedido. Comunique-se.

Para a comissão de infracções e faltas.

'O Sr. Presidente: — Vai entrar-se na ordem do dia.

ORDEM DO DIA

Continuação do debate sobre as declarações do Sr. Ministro das Finanças

O Sr. Leio Portela : — Sr. Presidente : Bastaria o facto de ter ouvido pedir nesta assernblea que o Parlamento anulasse os contratos realizados pelo Governo, para que me visse imediatamente obrigado a intervir no debate, por amor àqueles princípios que são o fundamento essencial duma sociedade bem organisada.

Sou daqueles Deputados que mais ciosos são das suas prerrogativas parlamentares, nunca abdiquei do direito de discutir os actos, do Grovêrno e sempre o tenho feito em nome dos altos interesses do Estado. Entretanto, devo reconhecer que na discussão destes contratos o Parlamento se antecipou numa discussão que necessário é reconhecer ter "sido intempestiva e extemporânea.