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Settão de 10 de Novembro de 1930

Sr. Presidente: eu não sei se o Governo já chamou à responsabilidade dos tribunais os jornais que fizeram essas afirmações; mas, veja V. Ex.a, Sr. Aboim Inglôs, como fomos meticulosos em não trazermos para a tela do debate o que já sobre o assunto havia sido escrito na imprensa.

Não fizemos insinuações; o que queremos é contratos expressos, sobre os quais não haja dúvidas.

Eu já tive ocasião de aqui dizer, quando se discutiu a questão do decantado arroz— que desde 1916 devia estar em Portugal, e até hoje nada se sabe dele — que ó absolutamente necessário que os contratos sejam claros, que queremos que eles se não prostem a manigâncias, e que queremos ter o direito de íazer a crítica alta, imparcial e justa, que se nos afigura à nossa maneira de pensar.

Fui eu próprio quem disse ao Sr. Ministro e ao Governo que ora necessário fazor alterações, e fazer convenções com os Bancos.

Jamais, repito, Sr. Aboim Inglês, trouxemos para a tela da discussão insinuações seja a quem for.

Se tivéssemos dados concretos de acusações, fosse a quem fosse, fá-la íamos clara e abertamente.

Sr. Presidente: exigi eu aqui, quando foram Deputados para os tribunais, por possíveis indícios do culpabilidade que se dessem explicações claras e precisas.

Nós o que dissemos foi que este contrato foi mal foito. que foi improdutiva a viagem do Sr. Ministro das Finanças a Londres, e apreciámos a declaração que S Ex.a ouviu de que o crédito de Portugal era desvergonhado, e por consequência não queriam fazor contratos.

Um outro ponto desejo frisar.

Quando há pouco o meu amigo Cunha Liai não estava nesta sala, eu seguia com atenção as considerações do Sr. Aboim Inglês, o qne aliás costumo fazer para com todos os Srs. Deputados.

S. Ex.a realmente prestou-lhe culto de homenagem, o qne de resto agradecemos imenso, porque S. Ex.a praticou um acto de justiça às qualidades de talento e trabalho do Sr. Cunha LiaL

Mas, S» Es.a na sequência do sen discurso, disso que o Sr. Cunha Liai tinha

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mento e habilidade, e que em matéria bancária mais parecia tratar-se porventura de uma criatura que já soubesse bastante de assuntos bancários.

Ora as afirmações de S. Ex.a conjuguei-as eu imediatamente, porque já sabia que os Srs. Ministros tinham feito distribuição, como homens de jornais, de documentos passados pelas casas bancárias, interessadas neste negócio.

Aí nesse documento que foi lançado pelas casas bancárias, e pelos sovíets dos negociantes deste país, é que se faz a insinuação de que as palavras de S. Ex.a fizeram eco dentro do Parlamento.

Foi o que o Sr. Aboim Inglês, que muito prezamos e ao qual prestamos o culto da nossa amizade, fez com as suas palavras, que vinham tam envolvidas das afirmações ou insinuações afirmadas nos documentos praticados pelos interessados, que era meu dever chamar a atenção do Sr. Cunha Liai, meu prezadíssimo amigo, e dos representantes do Partido Popular para intervir logo. (Apoiados).

A questão está posta, a questão está esclarecida.

Mas, em nome do Partido Republicano Popular, publicamente o afirmo, pelo trabalho exclusivo do Sr. Cunha Liai, encarregado deste assunto, havemos de responder sempre com factos e argumentos, para que o Governo deles tome conta e chame à responsabilidade aqueles que os praticam, para levantar bem alto o prestígio da Pátria e da República.

Vozes: — Muito bsm. (Apoiados).

O discurso será publicado na integra quando o orador haja devolvido revistas as notas taquigráficas.

O Sr. António Fonseca:—Não podia deixar de pedir a palavra para explicações, dadas as palavras do Sr. Aboim Inglês, proferidas há pouco nesta Câmara.