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Sessão de 22 de Novembro de Í92Õ

Verificamos que, pelo menos, três agrupamentos partidários — dois já constituídos há tempo e um outro recentemente constituído — se formaram para a organização deste gabinete.

O país tem o direito de preguntar, e o Governo tem o dever de lhe responder, para onde é que o Ministério pretende encaminhar a solução das questões política, económica e financeira, sendo corto que pela contextura deste mesmo Governo o país não vê que haja doutrinas deli :udas em que possa ter confiança.

S abemos que o Governo ó constituído polo Partido Republicano Reconstituinte, polo Partido Republicano Popular e polo grupo dissidente do Partido Republicano Português, e sabemos também quais são as doutrinas políticas que os dois partidos têm afirmado nos seus programas.

Perante estas divergências de correntes políticas, agora unidas, ressalta ao nosso espírito pregu-ntar ao Sr. Presidente do Ministério qual a sua directriz política. Não o farei, não apreciarei Ossos actos,, nem criticarei a íorma por que o Sr. Álvaro de Castro entendeu dever formar o Governo.

Não estranhará o Governo que ô Partido Republicano Liberal se lhe declare em oposição. O meu desejo seria que se pudesse constituir um Governo em que todos tivéssemos tanta confiança que, com pra-zer, -com ele colaborássemos.

As circunstâncias gravíssimas em que nos encontramos, os problemas graves que há a resolver com urgência impovúim. a todos os republicanos e a todos os portugueses a obrigação de colaborarem com um Governo que tivesse a unidade colectiva 'que ó necessária para arcar e véu cor as graves 'dificuldades do momento,

Infelizmente, não se organizou o actual Governo nessas condições, o, portanto, o Partido Liberal não lhe pode dar o sou apoio. Declara-lhe a sua oposição, que não pode, no emtanto, ser tam aberta que não impeça que o Governo defina a sua atitude governativa, de forma que o Partido Republicano Liberal, fazendo unia oposição mais ou monos combativa, excr-

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país.

Sr. Presidente: eu não deixarei de cumprir o dever do cortesia que me ó grato de dirigir ao Sr. Álvaro de Castro

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as minhas saudações e homenagens. S. Ex.a é um velho republicano e uma, figura de relevo na política nacional ; tenho, pois, prazer em lhe prestar homenagem, assim como aos restantes membros do Governo, e faço votos por que a sua obra seja profícua para o país, lastimando que o meu partido não lhe possa dar apoio.

Tenho dito.

O discurso será publicado na integra, revifito pelo orador, quando devolver, revistas, as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

O Sr. Jo'ão Camòesâs : — -Etn relação u cítpacrdiido republicana e política da quási totalidade das pessoas 'que compõem o Gabinete, e« não terei •

Feita esta declaração prévia é absolutamente indispensável, permita-me V. Ex.a qv.e eu invoque aquela palavra interessantíssima dum magistrado francês, 'autor dum livro por muitos títulos notável, A criminalidade política, que to los tíós devíamos -trazer nas mãos. Nessô livro diz--se que o crime político fica muitas vezes iurpuno_ mais do que se julga e do que imaginam os homens da política.

j Com que mágua eu tenho de aplicar ao meu pois o pensamento desse alto espírito !

Magoa, Sr. Presidente, porque a injustiça é, quer na acção política, quer ôa •acção social, o maior factor -do 'desentendimento, e o desentendimento é 'apenas uma condição favorável, 'é apenas uma -condição 'inevitável do desperdício das •energias, o malbaratar dos esforços, o caminhar tantas vezes .para irmã ruína, quando podíamos caminhar para tim 'método e eapaz progresso.

^Queja há que ignore a ostrawha situação cm que nós outros, os republicanos do Partido Republicano 'Português, nos encontramos, acusados -de en^rgúrne-nos, realizando, no ointanío, a inaiu alta dns abnegações, o mais completo oaque-cimento de tudo quanto é mesquinho, de -tudo quanto é vil, de -tudo quanto é baixo?