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Se«*fto de 22 dt Novembro de 1920

idealizações — a República. (Muitos apoia-dos}.

O Sr. Vasco Borges : — Sr. Presidente : muitas vezes se tem dito e repetido, eni discursos políticos, na imprensa de quâsi todas as cores, em conferências públicas, em toda a parte, emfim, oude assuntos e questões políticas se debatem, que é preciso duma vez para sempre estabilizarmos a vida económica, a vida financeira c, também, a vida política do nosso país.

Essa mesma afirmação, insistentemente a têm produzido muitos dos homens públicos da República.

Temos, pois, que a necessidade de tal facto é pensamento e convicção, senão de todos, -pelos menos de quási todos os republicanos (Apoiados).

Sucede, porém, que o que é pensamento' e convicção de quási todos os republicanos não tem estado, infelizmente, na vontade e no ânimo do muitos dô-les.

£ j Realmente, o qu© tem visto o país, legitimamente ancioso por que nas cadeiras do Poder um Governo possa produzir aquela obra sequente e positiva que a situação verdadeiramente angustiosa, — quási desesperada muitos dizem que ela ó — em que nos encontramos exige e impõe?! £ jO que têm visto os republicanos sinceros e patriotas, qne ardentemente desejam que todos os homens públicos da República se congracem e entendam na obra de ressurgimento nacional, na obra de dignificação, senão de justificação, do próprio regime?!

E este espectáculo quo o país tom visto. £]£ o que era mester que pelo contrário só fizesse? Seria mester, que todos os republicanos se unissem. E o que a conjuntura gravo da hora actual, o desmoronar

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do edifício, que já se pressente, insofismavelmente impõe.

Deveria ser Gsse o mais alto serviço que todos os republicanos deveriam prestar à República pondo.de parte interesses partidários, ou personalismos que não ó a hora de se dirimirem, mas de todos se congregarem para o ressurgimento nacional e atenuação dos males da Pátria. Não seria preciso para isso que os republicanos abdicassem dos seus princípios, dos seus modos do ver, pois ninguém lhes pediria tal, apenas se exigindo que à causa comum da Pátria dessem a sua competência e a sim energia. (Apoiados].

Sr. Presidente: E este o critério político na hora actual do grupo republicano dissidente, em cujo nomo tenho a honra do falar.

E isto que o grupo republicano dissidente deseja que se faça, e foi porque os dirigentes do partido a que tivemos a honra' de pertencer — os dirigentes do glorioso Partido Republicano Português — o não fizeram, recusando absolutamente a colaboração desse partido ao Sr. Presidente do Ministério, Álvaro de Castro, que nós, embora magoadamente, mas procurando com inteira sinceridade e inteira lealdade servir interesses que julgamos muito altos, resolvemos abandoná-lo.

^Pois quê — tenho autoridade para afirmá-lo, porque não sou correligionário do Sr. Álvaro de Castro — algum republicano há que não conheça, que não saiba, quem é a alta figura do Sr. Álvaro de Castro ?

,; Alguém há que não conheça os altos e relevantes serviços prestados pelo Sr. Álvaro de Castro na proclamação da República o ainda antes da sua proclamação ?

£ Alguém há que não saiba que o seu governo de Moçambique se integrou de direito na dinastia ilustro dos António Enes, Mousinho de Albuquerque e Freire de Andrade, a quem, a história do nosso domínio colonial pertence a mais alta comemoração ?

jiPois alguém há que não saiba que o Sr. Álvaro de Castro foi uma das almas actuantos da revolução de 14 do Maio?