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conversas, tinham, tanto estímulo e incitamento, mas que na hora seguinte pretenderam, esquecendo tudo quanto disseram na véspera, esquecendo tudo quanto fizeram na véspera, tratar os seus camaradas como se fossem menos portugueses, menos republicanos, menos capazes de sacrifício do que eles!

Sr. Presidente : é preciso que essa lenda, porque é uma lenda injusta, tenha um desmentido pelas palavras, já que inevitavelmente, e pela acção do Governo, o vai ter no terreno dos factos.

A hora em que o Sr. Álvaro de Castro constituiu ôste estranho e fantástico Ministério, a hora em que S.Ex a arrancou aos recursos da sua fantasiosa política uma combinação que não era lácil arranjar no decorrer dum sonho desvairado, a hora em que S. Ex.a juntou esses senhores, para uma obra que desde logo era de ameaça e de afronta, foi uma hora infeliz.

Sr. Presidente, não assisti à posso do Ministério, não por incompatibilidade pessoal com o Sr. Presidente do Ministério, ou co«n a totalidade do Governo, mas porque não costumo assistir à posse de Ministérios.

A única vez que assisti à .posse de um dolos foi'quando o Sr. Domingos Pereira presidia a uni Ministério ; mas, tani grande foi o meu desapontamento, que pro-moti a mini próprio, não mais reincidir na inflexão à regra que tinha estabele-cido.

Contaram-me que S. Ex.a o Sr. Presidente do Ministério, na hora solene de tomar posse perante o país, e aparecia de facto a realidade do seu sonho para salvar, iluminado redentor desta Pátria que tcui dentro da sua cabeça as únicas ideas salvadoras possíveis, nessa hora em que S. Ex.a realizava o seu velho sonho de iluminado.

Oh ! Sr. Presidente! Permitam-me este parêntesis: como o iluminismo é uma triste figura desse político, que podo modelar-se pela maior parte das desgraças da Pátria e da República! Disseram-me...

Mas permitam-me ainda uma indicação: tive nesse momento a visão da figura ho-róica mas ridícula do Cavaleiro da Triste Figura, que. Cervantes imortalizou-para todo o sempre.

Repito, nessa 'mesma hora, com esse

Diário da Câmara dos Deputado*

gesto de cavaleiro, é certo que de rabino democrático da época, S. Ex.a dissera:

«Este meu Governo é o último Governo possível com este Parlamento».

(Não apoiados. Apoiados). Uma voz:—Não disse isso.

O Orador:—Se Ôste Governo não governar, disse S. Ex.a, ninguém mais governara. (Não apoiados).

O Orador:—E um Governo de salva cão pública.

O Sr. Nóbrega Quintal: — Está errado esse ponto do discurso.

Mas não desejo estragar o discurso de V. Ex.a, está muito bom feito.

O Orador: — Repito : foi-me contado. Contarain-me pessoas que assistiram.

O Sr. Nóbrega Quintal :— Mas não é verdade.

O Orador:—Contaram-me pessoas que assistiram; e não será decerto õ Sr. Nóbrega (Quintal que têm autoridade para dizer que não é verdade.

O Sr. Nóbrega Quintal:—Mas continuo a dizer e observar que não é verdade.

O Orador: — É o Sr. Presidente do Ministério que terá ocasião de rectificar. (Apoiados).

Eu, se. não estivesse habituado sobretudo Jiá uns tempos a esta parte, a ver o Sr. Álvaro de Castro com olhos absolutamente diferentes, não pelos seus actos de agora, mas pela sua acção passada, diria quo não precisaria do ninguém para me desmentir, nem de S. Ex.a

O Sr. Nóbrega Quintal:— Estou no meu direito. Assisti.

O Orador: — S. Ex.a vai mostrar-se, como tantos outros, defensor sem desfalecimentos da integridade constitucional.