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Sessão de 23 de Novembro de 1920

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espécie de harmonium reduzido à expressão mais simples.

Aqui tem V. Ex.a a grande obra redentora que o País aguardava, com sobressalto, do Sr. Ministro das Finanças.

Se o País e a República não perigassem, eu desejaria que o Governo ali estivesse muito tempo para se estatelar estrondosamente no meio da gargalhada geral!

Desde que o Sr. Presidente do Ministério fez a amande honorable de que não tinha feito um repto ao Parlamento, que desejava a sua eficaz fiscalização eu vejo que S. Ex.a já está arrependido de se ter sentado naquelas cadeiras.

O Sr. Orlando Marcai (em aparte):—^"Ê-le já lho confessou?

O Orador: — Não; mas leio-lho no rosto!

O Sr. Orlando Marcai:—V. Ex.!l 6 um psicólogo. ..

O Orador: — Não tenha dúvidas.

Risos.

Eu não sou um porta-voz de um partido que deseja o Poder, pois não tenho ambições políticas.

Não é necessário condenar o Governo, porque ele nas poucas palavras que tem proferido fez a sua condenação.

De duas, uma; ou o Sr. Presidente do Ministério quere governar com o Parlamento ou quere a ditadura; ditadura que nem o Parlamento nem a Nação consentem a ninguém!

No Governo temos os extremistas mascarados e temos os conservadores mascarados. Temos duas máscaras no Ministério. Eu cá eston para a luta neste campo, e V. Ex.íl, sr. Afonso de Macedo, no campo da batalha.

Risos.

Vários apartes.

O Orador : — E extremamente fácil ser portador duma arma.

O Sr. Afonso de Macedo: — V. Ex.a nem disso é testemunha. Vários apartes.

O Orador: - - Também não me aproveitei. Variou

Uma voz:—Mas V. Ex.* já foi Ministro várias vezes.

O Orador: — Sr. Presidente, eu estou analisando os actos do Governo. Já vimos os actos do Sr. Ministro das Finanças. Os actos do Sr. Ministro da Marinha limitam-se a apreciar a vinda dos cruza-dores...

Uma voz:—E melhor do que o arroz que nunca chegou.

O Orador: - - Essa questão do arroz pode ainda um dia trazer algumas explicações a esta Câmara.

O Sr. Francisco Cruz: — E então há-de fazer-se a história de muita pessoa. (Apoiados). \

O Orador: — Nessa ocasião eu pregun-tarei por essa famosa comissão de inquérito ao Ministério dos Abastecimentos, se ela tem cumprido o seu dever, só alguma cousa tem recebido o o que tem produzido. (Apoiados).

Então ver-se há.que o arroz não produz uma canja substancial, mas sim uma canja de restaurant barato.

Eu estou aqui a analisar a obra do Governo, e antecipadamente lho faria, emfim. o sacrifício dos meus aplausos e do meu voto, se ao menos tivesse a pequena idea de que não se desmentindo aquelos homens, eles alguma cousa de proveitoso, desmentindo-nos, fariam para o País.

O Sr. Pais Rovisco:

vida.

-Não tenha dú-

O Orador: — Mas porque não tenho dúvida sobre isso, é que eu, concluindo por aqui as minhas considerações, faço os mais ardentes e sinceros votos para que o Governo, som prejuízo de maior, abandone o mais rapidamente possível as cadeiras do Poder.

Tenho dito.

Muito bem, muito bem. O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador, quando restituir revistas as notas taquigráficas que lhe foram