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Sessão de 24 e 2& de Novembro de 1920

declaração ministerial e sobre ela é que tem de incidir a discussão e voto desta Câmara.

Não é inédito no regime representativo um Governo ter de demitir-se por ter o voto desfavorável do Parlamento, respeitando assim a vontade nacional.

Não preciso citar factos porque todos os conhecem.

Sr. Presidente, o Sr. António Granjo no seu habilíssimo discurso preconizou a dissolução parlamentar.

Aparte do Sr. António Granjo que se não ouviu.

O Orador:—S. Ex.'1 preconizou claramente a dissolução, o que, de resto, está de harmonia com as suas palavras, quando Presidente do Ministério.

S. Ex.a foi declarar em Santarém que era absolutamente impossível governar com este Parlamento.

O Í3r. António Granjo: (Em aparte): — Eu já tive ocasião de explicar o que se passou em Santarém e de repetir as considerações que então fiz relat'rvamente-a determinados factos já passados. Eu aconselhei, então, os políticos do meu País a que dessem à crise que se ia dar a única solução conveniente, qual era a da organização dum Governo que fosse inteiramente viável.

O . Orador: — Eu não sei que espécie de combinações poderia conceber a alta e clara previsão do Sr. António Grunjo, para S. Ex.a mudar tão rapidamente de opimão.

Interrupção do Sr. Manuel Alegre que se não ouviu.

O Orador: — Finalmente o Sr. António Granjo preconizou abertamente a dissolução do Parlamento, mas por prudente política ou por lamentável esquecimento, não nos disse em favor de quem devia ser dada essa dissolução ...

O Sr. António Granjo: — Nem tinha que dizer. Só o Chefe do Estado poderá dar tal indicação.

:—'A constituição deste Go-veruo mereceu, também, alguns reparos ]>r*':o fíífío do nào representar uma larga

concentração dos partidos políticos daEe-pública. Ora todos sabem que o Sr. Álvaro de Castro envidou todos os seus esforços no sentido de organisar um Governo de larga concentração republicana e que, se o não conseguiu formar, não foi por culpa sua (muitos apoiados), mas por culpa daqueles que colocam as suas vai-dades, os seus melindres ou os seus rancores acima dos interesses nacionais (Muitos apoiados).

O Governo está, pois, constituído por esta forma, porque de outra o não quiseram os políticos da nossa terra. Mas não se diga, por isso, que ele está mal constituído. As creaturas que dele fazem parte são das mais prestigiosas figufas da República, já pelas suas altas qualidades intelectuais, já pelo seu indiscutível repu-plicanismo. O Sr. Álvaro de Castro, ao organizá-lo, obedeceu apenas a uma questão de competência e de dedicação republicana. O país que julgue do seu procedimento. Da nossa parte pôde ele ter a certeza de que lhe daremos o mais dece-dido e leal apoio e de que o acompanharemos fraternalmente na sua marcha e no seu destino.

Tenho dito. .

Vozes: — Muito bem; muito bem.

O Sr, Presidente do Ministério e Ministro do Interior (Álvaro de Castrp): — Sr. Presidente: em nome do Governo e no meu próprio, agradeço aos Srs. Deputados que pronunciaram palavras de louvor e do homenagem ao Governo; e faço-o duma maneira geral, não especificando, porque todos me merecem igual conside-ção e não quero estar a alongar as poucas palavras que vou proferir.

Não tenho que me referir especialmente a preguntas concretas feitas ao Governo sobre a sua declaração ministerial, porque o Governo foi apenas atacado pela pessoa que o constituiu e de alguma maneira pela forma como Ole se constituiu. Apenas ao Sr. Dupntado Dias da Silva é que tenho a responder a algumas preguntas que dum rã o do geral ino fez, c ó c que passo a fazer.