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nestas bancadas é suficiente para apreender o jogo de interesses, o jogo de intrigas políticas a que nenhum. Parlamento escapa e a que o nosso é tão sujeito.

Todos nós, por isso', sabíamos que essa moção tinha de aparecer; apareceu por tím. Sabia-o o Governo, sabiam-no todos aqueles que o apoiam nesta Câmara; mas Sr. Presidente, o que se não esperava é quo essa moção, contrad zendo absolutamente as doutrinas que o Sr. Deputado António Maria da Silva tinha exposto, iria tocar, de leve que fosse, o Chefe do Estado.

Esta moç3o atinge o Chefe'do Estado. (Apoiado*). O Chofe do Estado não é discutível, mas dentro desta democracia o Chefe do Estado é discutível; mas o acto que S. Ex.a, praticou é que não, é discutível. S. Ex.a ao praticar este acto nfto pode estar sujeito à crítica de ninguém. (Apoiados}.

Quando o Sr. Presidente da República pratica um acto dentro da Constituição, S. Ex.a não pode ser discutido, nem sequer pode ser aludido.

,;Como ó que a existência do Governo é inconstitucional, se ele ainda não praticou acto algum que infringisse as disposições constitucionais? ^.O que é que foi que o Governo praticou ao revés da Constituição?

Muito gostava de ouvir esta explicação.

Eu sei que o Governo não tem. condições parlamentares de existência; mas porque não desconta votos antecipadamente (Apoiados). ( Vários apartes).

Ninguém me explica a razão por que aquele Governo não pode continuar nas cadeiras do Poder.

Sr. Presidente: mal vai àqueles que só pensam nos governos que podem dar votos a qualquer. .

Sagunto, Sr. Presidente, desmentiu o erro em que estavam esses homens cheios de fé. Porém, nós não nos curvamos perante a competência para refrear as nossas ambições, e vamos provocar o regresso duma instituição que supusemos caída para sempre. Comigo muitos republicanos não querem ter um acto de cumplicidade na queda do regime.

A minha obra, Sr. Presidente, se eu aqui ticar nesta casa, a minha obra há-de ser do colaboração com os republicanos.

Diário da Câmara dos Deputado»

As palavras do Sr. António Granjo exprimiram bem a dor que lhe ia na alma, que fez com que ôle nos dissesse três vezes que era um soldado disciplinado do seu partido. E que dentro de S. Ex.a havia um estímulo de revolta contra a doutrina, de que um Governo não existe, desde que se possa aditar uma série enorme de rancores e de ódios, de vaidades mal sofridas, para determinar a queda duns, afim Doutros subirem.

Escalar o Poder foi sempre um mal que eu vi, neste desgraçado regime parlamentar; escalar o Poder pela coligação, pelos conluios, como aqueles que tCm dado a este Parlamento a incapacidade absoluta para uma obra de colaboração com o Poder Executivo.

É extraordinário que nós queiramos atribuir qualquer significação a esta acção, para arredar das cadeiras do Poder aqueles homens que ora'ali se sentam.

Aparte do Sr. António Maria da Silva que se não ouviu.

O Orador: — Sr. Presidente: eu estou de tal maneira mal dos nervos, e com as forças tam caídas, que não posso sustentar o diálogo com o meu amigo Sr. António Maria da Silva. Mas, se S. Ex.a me permite, eu continuarei na ordem de ideas que tinha pensado expor à Câmara, e ouvi com toda a consideração que todos os oradores me merecem as suas palavras para ilustrar o meu espírito sobre o assunto.

O Governo cometeu o Srro grave de não consultar as mulheres de virtude que há em Lisboa para lhe indicarem o processo de conseguir o apoio dos que lho não podem dar.

Sr. Presidente: não se compreende que se critiquem actos políticos, sem se ver que o caminho que se vai seguindo é mau para quem assim procede.

Sr. Presidente: o Governo não necessita da minha defesa para viver, ou para bem morrer, nem me pediu o meu auxílio. Eu vim à Câmara com sacrifício da minha saúde porque entendi ser esse o meu dever.

Eu que sempre fui republicano, julgaria indigno da minha fé não vir neste momento fazer o elogio dos homens que estão no Governo.