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Diário da Câmara dos Deputados

da Palma que era preciso concertar um plano de governo, em que os homens desistissem das suas opiniões, a fim de acudir às exigências da nação.

Não é nestas demoradas gestações de ministérios, em que apenas se encara o lado político, que se pode fazer obra duradoura e útil.

Não quero contribuir para esta obra de desagregação republicana em que tam rapidamente vamos caminhando, enfraquecendo assim o regime.

Bom seria que deixássemos esta sistema de combater antigos correligionários, por motivos que vi há pouco discutir.

Temos de fazer alguma cousa de útil e ainda não fizemos nada depois do longo período do armistício.

Pivgunto : £ Que medidas financeiras apresentou o Parlamento, para se impor aos Grovernos, fazer deles um joguete? ,;Que autoridade tem o Parlamento, para acoimar os Grovernos de inconstitucionais, de inconvenientes à Nação? £ Que obra financeira fez este Parlamento, para se escudar perante a opinião da Nação e poder impor-se a outro Poder do Estado? (Apoiados).

Mau caminho é êstn e, se ainda é tempo dê parar, paremos, porque, do contrário, inconsciente e criminosamente, sacrificaremos a República. (Apoiados).

O discurso será publicado na integra, quando forem devolvidas as notas taqui-gráfieas revistas pelo orador.

O orador foi muito compriiuentado.

O Sr. Vasco Borges : — Sr. Presidente : a Câmara'dos Deputados acaba, sem dúvida, na hora que passa, de ter escrito uma página memorável da sua história.

A algumas sessões desta casa do Parlamento se tem chamado históricas. A de hoje, prolongada até esta hora da madrugada, é sem dúvida das que merecem essa classificação de sessão histórica, por tudo quanto nela. se passou, por tudo quanto dela o País pode concluir a respeito dos que têm obrigação de servir a República.

Concorreu ainda para tornar esta sessão memorável a intervenção que nela o ilustre Deputado Sr. José Barbosa.

Este nosso colega, que nas pugnas

rlamentares tem sempre acentuado a

sua impecável correcção, surgiurnos nesta hora grave e trágica, em que inconfessáveis interesses se debatem, como uma figura enorme de isenção republicana.

O Sr. José Barbosa consubstanciou verdadeiramente a alma republicana. As suas palavras vieram do fundo do seu coração e da sua sinceridade de velho e autêntico democrata, que a todos impõe respeito, podendo a todos servir-nos de exemplo as suas virtudes cívicas e o seu altíssimo republicanismo. (Apoiados).

É esse homem que, alheio a qualquer particularismo, animado só pelas suas convicções e dedicação ao re~gime e ao País, vem aqui fazer o exame desta crise política e a exautoração formal dos processos políticos que o povo republicano vê adoptar nesta hora grave para a Pátria e para a República, em que todos deveriam unir-se para a obra de salvação pública, que se impõe. Efectivamente, é preciso que nos unamos todos para este sacrossanto objectivo, porque o contrário será fatalmente acelerar a corrida vertiginosa para a condenação e para a ruína.

Mais uma vez se verifica que p Partido Democrático não negou ao Sr. Álvaro de, Castro qualidades de competência, que não poderia recusar-lhe.

Do discurso do Sr. João Camoesas fixei algumas palavras, escrevendo-as para que se não pudesse pô-las em dúvida. • Elas não fazem sentido, Sr. Presidente !

O que significa isto?

Ou que o Partido Democrático mais urna vez se manifestou absorvente do Po der ou então que teve medo.

Depois do eloquente discurso do velho republicano e parlamentar Sr. José Barbosa, a sentença condenatória ficou lavrada! O Partido Democrático mais uma vez quis mostrar falsamente que põe a questão política, abaixo dos interesses da Nação, procurando todos os meios para estar no Poder e para nele se engrandecer. Estas são as conclusões que logicamente resultam da declaração do seu leader.