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Sesa&o de 2i e 25 fie Novembro de 1920

tuguês, que representa gloriosas tradições, e os homens que hoje o dirigem e o perdem !

Porque assim é, porque a triste realidade a isso nos obrigou, é que dele nos afastámos.

Sr. Presidente : p Sr. João Camoesas referiu- se ao Sr. Álvaro de Castro eni termos de procurar ridicularizá-Jo, referindo-se também ao seu iluminismo.S. Ex.a na classificação que fez de oratórias, a propósito do discurso do Sr. Presidente do Ministério, esqueceu-se de indicar a classe a que pertence a sua própria oratória.

Presto a minha homenagem às qualidades de orador de S. Ex.a, lamentando apenas que o seu discurso não tivesse sido proferido do alto dum púlpito e S. Ex.a vestido de capa de asperges.

S. Ex.a esqneceu-se também de se referir ao seu próprio iluminismo, miminis-mo esse de importação norte-americana.

Mas, Sr. Presidente, foi até conveniente que S. Ex.a se esquecesse de classificar o seu ilumiuismo, deixando à Câmara essa apreciação em face da sua já agora celebérrima moção, inconveniente ao ponto de chegar a atingir alguém que deve estar acima de toda a discussão.

É, de facto, a marcha do ódio, caminhando para os seus objectivos. E o ódio contra os. que ali se sentam, apesar de serem republicanos, é obra de ódio o que na sombra e no sub-solo se trama^ contra o actual Governo.

Estamos, portanto, em face da marcha do ódio e já pola mão do Barrabás apareceu a moção de desconfiança ao Governo.

Sr. Presidente : «;é df1 ódio que se trata? Muito bem, a Csse ódio saberemos corresponder com muito amor à República.

Que esse Governo, a que desde já podemos chamar o Governo do ódio, trate de procur-ir . ser competente, porque é sabido o desuno que têm os Barrabcmes ; que ele procure ser digno da República e redimir-se do crime que nesta hora se coineie, porque a sou tempo — e não virá longo! — lhe pediremos estritas contas. (Apoiados).

E perigoso para as víboras saírem à ostra da ampla, porque há sempre um ta-clio quo ;!s

Que osso Govéruo conte com a nossa fiscalização, com a nossa vigilância. E se esse Governo perpetrar mais uma traição, se não lor um Governo de compe-tências, se não souber defender e honrar a República, não será o bico da bota que o expulsará daqui, o tacão dos republicanos que o esmagará. (Apoiados).

Vozes: — Muito bem.

O Sr. Nóbrega Quintal : — Sr. Presidente : antes de entrar propriamente nas minhas considerações...

O Sr. Augusto Dias da Silva (interrompendo: — Isto não pode ser! Isto é intolerável !

Trocaram-se vários apartas entre os Sr*. Manuel Alegre e o orador.

Produz-se tumulto na sala e as galerias manifestam-se ruidosamente, interrompendo o Sr. Presidente a sessão.

Eram õ horas e 10 minutos.

O Sr. Presidente:-1- Está reaberta a

sessão.

Eram 5 horas e 45 minutos.

O Sr. Presidente: — Deu-se há pouco nesta casa uni incidente bastante desagradável que me levou a interromper a sessão nos termos do Regimento.

Nasceu esse incidente, duma altercação havida entre o Sr. Manuel Alegre e o Sr. Augusto Dias da Silva. A propósito dumas palavras proferidas pelo Sr. Augusto Dias da Silva, o Sr. Manuel Alegre dirigiu-se-lhe agressivamente.

Com o fim de obter uma solução do caso que fosse satisfatória para a Câmara e para os dois Srs. Deputados em questão, fui até junto deles tratar do assunto. O Sr. Manuel Alegre disse-me que havia agredido o Sr. Augusto Dias da Silva pela razão de ter proferido palavras que tomou como injuriosas para si e para os seus .amigos.

O Sr. Dias da Silva declarou que não se lembra de ter proferido tais palavras, mas se as proferiu foi isso devido ao estado de exaltação do que estava possuído e não podem significar o mais leve propósito de injúria para ninguém.