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dito, mas saiu de vários correligionários do Sr. Jorge Nunes.

Sr. Presidente: vários Srs. oradores têm afirmado que os homens tam somente se devem julgar pelos actos que praticam, pelas obras que fazem.

Sr. Presidente: ^Então é ante as mani festações de inteligência, é ante as manifestações de republicanismo, é ante as manifestações de carácter, dadas todas pelos homens que se sentam nas cadeiras do Poder, que nós, os representantes da Nação, lhes havemos de dizer que se vão embora? Não pode, não deve ser.

A obrigação restrita da Câmara é aguardar a obra do Governo para pronunciar o seu veredictum.

Infelizmente não é assim que se faz. Sobre o republicanismo de todos os membros do Governo ninguém pode ter á menor dúvida.

Eu talvez seja suspeito para fazer estas apreciações, mas em todo o caso eu direi que sói bem que quando eu e outros republicanos nos encontrávamos a dentro das prisões, uma voz a cada momento ecoava aos nossos ouvidos, soltada em nosso favor, aqui, nesta casa do Parlamento: era a voz de Cunha Liai.

Nós, os presos de então, tínhamo-lo como o melhor dos amigos.

Sr. Presidente: esse hornom,que se sentou nesta casa, dentro destas portas, na situação dezembrista, foi o melhor combatente da República, tanto pela palavra, como no campo da lata.

Uma noite, para mim sempre memorável, Osse homem apareceu em Alcobaça, onde então eu estava no Regimento de Artilharia n.° l, como alferes, e com a sua palavra animou nos ao cumprimento da palavra que tinha sido «ínpregada. S. Ex.a demonstrou mais uma vez que sabia com a sua palavra, com a sua acção defender a República; e assim, daí a dias encontrava--se ria companhia do actual Sr. Presidente do Conselho nos campos de Santarém, visitando os lugares em que nos encontrávamos.

Sr. Presidente:. isto representa um conjunto de elementos para engrandecer os homens que se sentam nas cadeiras do Poder, o mais ainda alguma cousa os acompanha: a inteligência para a resolução do problema actual. Trata-se dum Govônio do competôncias e ó disso que o

Diário da Câmara dos Deputados

País precisa e qne todos os patriotas desejam. É preciso que se opere uma reorganização, e esses homens são capazes de a fazer.

Todos os deputados que usaram da palavra e que não apoiaram o Governo não o fizera'm coin consciência, e se fosse possível entrar no seu âmago, certamente que encontraríamos o contrário das suas palavras. Não são esses os verdadeiros patriotas e republicanos. Tenho definido a minha atitude, se bem que a atitude do meu Partido já foi definida pelo seu representante.

Mas assim não fica dúvida nenhuma. Eu acampanho o Governo, porque suponho que dessa forma, empregando esforços para que ele se mantenha nas cadeiras do Poder, eu presto um alto serviço à minha Pátria e à- República Portuguesa. (Apoiados).

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ladislau Batalha: — Sr. Presidente: o que tenho a dizer importa e prende-se com o debate em questão, e oferece o que quer que é de importante para os interesses da República. Por conseguinte, peço a V. Ex.a, Sr. Presidente, licença para não falar, se não merecer a atenção desta Assemblea.

O Sr. Presidente: — Peço a atenção da Camará.

O Orador: — Sr. Presidente: não era meu propósito tomar parte no debate em questão, mas esta resolução foi quebrada pela dor, pelo profundo sentimento de dor que de mira só-apoderou, perante o aspecto pouco digno que esta discussão apresenta, para um Parlamento.

Eu, Sr. Presidente e Srs. Deputados, vou neste momento fazer uma pequena invocação, embora modernamente já não esteja cm uso.