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Sessão de 21 e 25 fie Ncrvemhro de 1V20

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Depois, eu não compreendo as razões j que lovaiain esta Câmara a enxertar urna questão puramente administrativa na questão do confiança, Não laço este reparo porque pretenda discutir o procedimento desta casa do Parlamento, mas simplesmente pura afirmar que o estranhei e não compreendi. Efectivamente, eu nào vejo, a não ser o propósito tirme de deitar mais um Governo a terra, um motivo que justifique o facto de se por a questão de confiança a um Governo depois de lhe terem sido aprovadas as suas propostas.

A questão de confiança, em si, é-nie absolutamente indiferente. Todavia não posso deixar passar o ensejo sem fazer algumas consiJerações, embora breves, sobre o assunto.

A proposta que o Sr. Ministro das Finanças apresentou à Câmara é a primeira duma serie de propostas que, sobre finanças, S. Ex.a tenciona trazer ao Parlamento e a primeira pedra duma obra que S. Ex.:i prometeu firmar em números e provas justificativas.

Este facto faz certamente com que a proposta, aplicada, por outro Ministro, não corresponda ao fim para que foi criada. E, do duas uma : ou este Ministério continua à frente dos negócios públicos e a proposta é de aceitar por uma natural e lógica sequência de administração, ou continuamos neste regime de Ministérios trimestrais e a proposta, podendo ter uma aplicação muito diversa da que a inspirou, longo de ser útil, torna-se absolutamente prejudicial.

O que é, porém, interessante, é verificar o sans ftouci com que todos assistimos a estes factos, como que absolutamente alheados das necessidades instantes do País.

Ocorreu- me que uma delegação com representação de todos os agrupamentos políticos dentro dôste Parlamento íosse ter com S. Kx.:l a expor-lhe a situação, e ver se S. Ex.íl, com a sua preponderância proveniente da sua alta figura dentro da República, poderia, porventura, com os seus cabelos brancos e tradições de homem honrado, e tomando-so era consideração o desejo que há de, poupar também àquele velho novos desgostos que o conduzirão, talvex, ao desespero poderia, dizia (MI, obrigar a por daqui para o futuro nas nosísns discussões nin carácter do Hr.yíjcíiíi q 113 non» sompro rênu um ec.-

racter de extraordinária convicção, mas ao mesmo tempo de independência e dignidade, a fiin de nós fazermos obra-a valer. É uma espécie de apoio que faço ao Parlamento com a minha idade e com a minha independOcia de socialista.

Eu apelo para todos os membros deste Parlamento para que daqui para o futuro se acostumem a sacrificar um pouco os seus interesses particulares ou partidários em benefícios dos ititerOsses da República. (Apoiados).

Tenho dito.

O Sr. Mem Verdial: — Sr. Presidente: depois dum debate tam largo, depois de se terem dito quais as razões ou pseudo--razões que há para derrubar este (ro-vOrno, depois de se terem desdito as afirmações do passado de alguns republicanos, depois de se ter afirmado e voltado a negar que era necessário unirmo-nos mais do que nunca, nós vimos infelizmente que no tumultuar das paixões se tornou possível o começar a abrir se o abismo que nos há de absorver por fim.

Mas não quero eu, não quere a minha teimosia desistir de continuar a piègar o indispensável acordo a realizar entre republicanos. E creio que não terá a Câmara dúvidas de que só a nossa união, numa plataforma de realizações imediatas, poderá fazer com que este .Parlamento realize uma obra produtiva, para que a República tenha uma vida desafogada. (Apoiados).

Nós estamos, porém, diante de dois factos consumados: a existência de uni Gro-vgrno e a organização de um bloco anti--governamental. Nós estamos diante de uma divisão que se adivinha funda, e tarn funda que oxalá não confundamos nela as nossas amizades pessoais, já que politicamente estamos tam divididos.

E para julgar os homens é necessário estabelecer uma base: ou o seu passado, ou o seu presente. Polo futuro ninguém os julga. oiadGti)*