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Sr. Presidente: como não quero ser mais extenso e quis apenas pôr a questão tal como me parece que deve ser encarada, termino as minlias considerações dizendo que se" de facto o Governo vê que não tem maioria, faça o mesmo que os outros têm feito: vá-se embora.

São todos muito bons republicanos, todos muito amigos da Pátria, mas o que é facto ó que nenhum Governo ato hoje tem merecido a confiança do Parlamento.

Apesar da convicção que tenho de que nem que todos os republicanos se unam conseguem salvar a nacionalidade, sempre lhes recomendarei que abatem as paixões políticas, fazendo uma confraternização entre todos. São os meus votos.

Tenho dito.

O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador, quando restituir, re-vistaft. as notas taquigráficas que lhe foram enviadas»

O Sr. Bartolomeu Severino:— Sr. Presidente, não' desejo também, como o manifestou o Sr. Dias da Silva, prolongar o debate, tanto mais que ele tem sido ex-teaso e feito sobre tam vários aspectos, que da miuha parte seria voltar a repetir considerações, ideas e princípios já expressos.

Não quero, todavia, deixar de acentuar, pela minha palavra, que nesta Câmara de todos os lados se reconheceu e afirmou, sem contestação, que a hora era grave e por consequência essa hora necessitava da capacidade republicana e da capacidade governativa dos homens que ocupam as cadeiras, do Poder.

Pregunto por que razão se expulsa este Governo para lá colocar outro que ainda se não sabe qual seja, e que nAo sabemos se corresponderá à capacidade governativa que a este Governo é reconhe-cida pelo consenso unânime de toda a Câmara!

Expostas estas considerações sumárias, de que não quero também tirar conclusões, visto que as elevadas inteligências que conceberam este mandado de despejo estão acima da minha esfera de compreensão; expostas estas considerações, repito, quero apenas referir-me a um facto, a uma-noticia já corrente até na própria imprensa, de que a nova combinação minis-

do« Deputado*

terial virá aqui solicitar o adiamento das Câmaras.

Sr. Presidente, este Governo cai eni j virtude duma única razão que vi indicar e não foi dosraontida : a de não ter número, embora tenha ideas. No emtanto essa nova combinação ministerial, com o apoio da Câmara, podendo trabalhar à vontade, vem solicitar que aquele instrumento que lhe dá uma tam segura colaboração seja estrangulado durante um período de quarenta dias.

E um absurdo.

Aproveitaria, é certo, este Governo dos 200 mil contos da nova emissão autorizada, mas o que é verdade é que o Governo, como o disseram o Sr. Ministro das Finanças e o Sr. Pre.-idente do Ministério, já tem elaborado as necessária» propostas de lei para apresentar ao Parlamento, pois só por um conjunto de medidas concatenadas e aplicadas imediatamente, o País poderá entrar na reconsti-tu'ição das suas finanças.

Não se procedendo assim, perder-se há não só a República, o que já seria muito, mas perigará a própria Nação.

Isso não consentirá a opinião consciente dêstn, Câmara, sem a mais dum, a mais patriótica, a mais implacável oposição. (Apoiados)

Devo dizer estas palavras, não porque elas tenham significação por serem ditas por raim, mas porque representam uma verdade.

Não pedirei que mantenham o Governo. Vão derrubá-lo, mas procurem ter a satisfação de assegurar que esse triunfo sirva à República e sirva o País.

Tenho dito.

Vozes : — Muito bem.

O Sr. João Camoesas : — Sr. Presidente : serena e iualterávuluiente calmo, conseguindo, pela primeira vez na minha vida, o completo triunfo da minha vontade sobre os meus nervos, eu assisti ao desenrolar dêsto absurdo debate, que não seria mais completo, nem mais perfeito, se eu pudesse miinobrar os sentimentos dos homens à minha vontade, com a mesma facilidade com que se alinham os números num quadro preto, para fazer demonsiraçftes.